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terça-feira, 19 de março de 2013

A Alma de Hitchcock








Ana Echevenguá

Adoro cinema. Bons filmes. Não gosto de assistir à premiação do Oscar porque não entendo a avaliação que eles fazem da produção cinematográfica. E ontem, assistindo ao filme ‘Hitchcock’, soube que este não faz parte da lista dos ganhadores desse troféu. O que só reforça meu ‘não gostar’.

O roteiro ampare-se no livro "Alfred Hitchcock And The Making Of Psycho", de Stephen Rebello. A reprodução dos anos 60 é perfeita. E o enfoque dado às mulheres que trabalharam com Hitchcock é muito importante. Elas demonstram eficiência nas várias jornadas que desempenham. As atrizes deixam claro que são atrizes e mães. E que querem dar continuidade a esses papéis.

Eu nunca ouvira falar da esposa de Hitch. De sua Alma. Nome perfeito para a mulher que o acompanha na cama, na cozinha e nos bastidores; que cuida de sua alimentação e o obriga a atividades físicas; que mantém acesa a chama do amor num casamento de 30 anos...

Há tantas Almas espalhadas pelo mundo! Nascemos para produzir grandes obras. Na maior parte das vezes, em parceria com os parceiros que elegemos.



Helen Mirren já havia feito algo parecido. Em 2009, interpretou Sofya Andreyevna, esposa de Leon Tolstoi, no filme “A última estação”. Assim como Alma, Sofya foi grande colaboradora das obras do marido.

Helen é uma mulher que, na tela, sem se despir totalmente, evidencia a doçura e o magnetismo da sedução feminina; a energia sexual que deve permear os relacionamentos amorosos... é inesquecível uma das cenas eróticas do filme  "Red - Aposentados e Perigosos", em que ela faz amor na grama.

A mulher do século XXI padece dos mesmos males que experimentou a mulher dos séculos passados. Estamos em 2013. Segundo dados atuais da ONU – Organização das Nações Unidas -, sete em cada dez mulheres em todo o mundo foram vítimas de abusos físicos ou sexuais em algum momento de sua vida (na maioria dos casos, a violência é doméstica).

Mas, acho que a ONU não contabilizou a injúria nesses dados, que também é uma forma de violência. Tão destrutiva que é passível indenização pelos prejuízos que provoca.

Voltando ao Hitchcock! Alma – através da talentosa Helen Mirren e do diretor Sacha Gervasi – passou seu recado: ao lado (e não atrás) de um grande homem há sempre uma grande mulher.

Portanto, é um filme que toda mulher deve assistir, analisar, ... principalmente as “ilustres desconhecidas”, que contribuem para o sucesso de seus parceiros e/ou cônjuges. E que – na maior parte das vezes – não são valorizadas.


Ana Echevenguá, advogada ambientalista, coordenadora do programa Eco&Ação, presidente do Instituto Eco&Ação e da Academia Livre das Água, e-mail: ana@ecoeacao.com.br.

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