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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Mas afinal de contas, o que é sustentabilidade?

Não há dúvidas de que “sustentabilidade” é um dos termos mais utilizados atualmente, em grande parte dos ambientes corporativos pelos quais transitamos. Mas, em um momento em que a palavra tornou-se veículo para todo tipo de propaganda, não fará mal a ninguém resgatar seu significado original.

Essa ideia surgiu em 1987, no chamado Relatório Brudtland, documento elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Ele define que o desenvolvimento sustentável é aquele que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Sabemos que o modo de produção e consumo que se alastrou ao longo do século XX mostrou-se incapaz de se manter, ao passo que o planeta tornou-se, em 2007, um ambiente majoritariamente urbano. No Brasil, mais de 80% da população está nas cidades, mas essa migração feita de maneira desorganizada oferece espaços inadequados para os moradores e promove destruição de vegetações, mananciais, matas nativas e outras riquezas naturais.

Para fazer diferente, a criação de novas técnicas e práticas de construção e habitação deve ocorrer através da inovação, que só pode ser obtida a partir de novas experiências, intercâmbios de conhecimento e comunicação entre os profissionais empenhados em construir uma nova realidade. Se estamos no caminho certo, também é certo que as cidades tradicionais ainda consomem cerca de 40% dos recursos naturais extraídos e 50% da produção de energia. Também produzem cerca de 50% de todos os resíduos sólidos e são responsáveis por até 75% das emissões de gás carbono em todo o mundo, segundo o guia Sustentabilidade na Arquitetura da AsBEA – Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, uma das apoiadoras da Expo Arquitetura Sustentável.

Se sabemos de tudo isso há tanto tempo, o que mudou? A diferença é que agora, serão escolhidos os profissionais capazes de oferecer em seus trabalhos ideias conectadas a esse novo paradigma. A sustentabilidade, agora, também provou-se garantia de retorno de investimento. Esses profissionais devem, portanto, buscar qualificação e conhecimento para fazer melhor e diferente, quebrando antigas regras e oferecendo novas possibilidades de estilo de vida, comutação e consumo. E não é exagero dizer que são os urbanistas, engenheiros, arquitetos e designers – entre outros – que definirão como viveremos daqui em diante para que as futuras gerações possam desfrutar de um mundo ainda munido de vegetação, de terra fértil, de água e de energia limpa. Nossa missão é manter o suporte para que eles possam trabalhar.

* Liliane Bortoluci é diretora da Expo Arquitetura Sustentável, promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, formada em engenharia pela Fundação Armando Álvares Penteado.

Fonte: Mercado Ético

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