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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Rio Pinheiros é incapaz de voltar às condições originais

Na semana em que se comemora o Dia do Controle da Poluição Industrial (14 de agosto), a Águas Claras do Rio Pinheiros divulgou uma análise de um dos principais rios que cortam a cidade de São Paulo.

A ONG, que trabalha na recuperação ambiental do rio e seus afluentes, entregou para órgãos de governo do Estado e da Prefeitura, o Relatório de Monitoramento do Rio Pinheiros. O estudo permite uma melhor compreensão do Rio Pinheiros e das suas condições de degradação. O resultado mostra um panorama muito ruim dos recursos hídricos, marcado pela ausência de oxigênio dissolvido (as medições indicaram valores sistematicamente abaixo do limite aceitável), o que faz com o que o rio não tenha capacidade de autodepuração, ou seja, de retornar às condições ecológicas originais.

O relatório faz a análise e o comentário dos dados de monitoramento da CETESB com amostragens no Rio Pinheiros e alguns de seus afluentes nos meses de janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro de 2013.  No total, foram oito pontos analisados: Pedreira, Foz do Zavuvus (próximo à Estação Jurubatuba da Linha 9 – Esmeralda da CPTM), Ponte do Socorro, Águas Espraiadas, Avenida Bandeirantes, Foz do Pirajuçara, Jaguaré e Foz do Pinheiros (próximo da Vila Leopoldina).

Os córregos cujas águas mais contribuem para a poluição e a degradação do Rio Pinheiros são o Foz do Zavuvus e o do Pirajuçara, que são os que possuem as piores cargas de poluição, por conta da urbanização precária de segmentos significativos do território de suas sub-bacias.

Embora o relatório aponte que o esgoto doméstico ainda é o principal poluente, mesmo que já seja coletado em parcela majoritária da bacia do Rio Pinheiros, mostra também que existem outras fontes de poluentes que influenciam na degradação das águas do Pinheiros.  Trata-se da poluição que vem das ruas, do lixo que não é coletado, dos descartes irregulares e não fiscalizados, dos postos de gasolina, enfim, de toda a carga de emissão chamada de poluição difusa, porque sua origem é espalhada por todo o território.

“As altas toxidades encontradas em muitos locais e amostragens indicam claramente a presença de outras fontes de poluição além do esgoto doméstico, sejam elas de origem difusa, sejam de origens pontuais e fixas eventualmente não fiscalizadas. As cargas difusas são levadas aos córregos pelas primeiras águas de cada chuva, que levam consigo o esgoto acumulado, os detritos e toda sorte de poluentes”, comenta Stela Goldenstein, diretora-executiva da Águas Claras de Pinheiros.

Outro aspecto apontado pelo relatório é a não indicação de presença significativa de poluição industrial, seja porque houve controle, seja porque houve desindustrialização da região.  Por apresentarem e discutirem mais os padrões de poluição, Stela acredita que os estudos feitos pela Águas Claras servirão como subsídio para a definição de estratégias eficazes de despoluição e de revitalização das águas da Bacia do Rio Pinheiros.

“Esse monitoramento permite  identificar os padrões de poluição, suas origens e características, o que  é fundamental para que se façam as melhores escolhas de tecnologias, de modelos institucionais, financeiros e urbanísticos de recuperação das águas urbanas. O desafio é imenso e exige novos olhares e muita inovação”, analisa.

Fonte: Mercado Ético

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