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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Turismo negro

Trata-se de visitar campos de batalha, cemitérios, campos de concentração, locais de desastres.


Pode parecer estranho, mas não é assim tanto e, se pensam que são poucos os interessados, basta ver a quantidade de gente que visita Auschwitz, todos os anos, para ter uma ideia, ou recordar o nosso comportamento na estrada quando passamos pelo local de algum desastre. Abrandamos, procurando saber quem foi, porque foi, como foi.

As questões relacionadas com a morte, o perigo, a guerra, o genocídio – aquilo que mostra outros lados do ser humano, seja em heroicidade ou em malvadeza - são, de facto, algo profundamente marcante, e as razões dessa curiosidade não são assim tão mórbidas, na maioria dos casos. Afinal somos seres frágeis e inseguros, por muito que se alardeie outra coisa.

São várias as motivações do turismo, para esta área, e podem ser arrumadas assim, por exemplo: Interesse histórico; Educação; Memórias; Identificação; Homenagem; Curiosidade.

Desde o centro de interpretação da Batalha de Aljubarrota, aos campos da Normandia, estamos perante locais onde se recordam o que foram essas batalhas e, desde logo, os meios envolvidos e as gentes que ali estiveram. Podemos, também, recordando que “a guerra é a continuação da política por outros meios” (Clausewitz), procurar alinhar que objectivos, razões, anseios, intenções, estiveram em jogo naqueles locais.

O mesmo se poderá dizer de Waterloo ou dos campos verdejantes de diversas batalhas da guerra civil americana, ao mesmo tempo tão longe e tão perto de nós, onde o Império Francês de Napoleão foi definitivamente derrotado ou onde a questão da escravatura de negros e da economia rural do algodão Sulista foi contestada, à força, pelas baionetas e armas do Norte.

Auschwitz ou o Coliseu de Roma estão noutro patamar moral, mas, este ano, estaremos a comemorar o mais sangrento dos modernos conflitos: o fim da Grande Guerra! Aquela que tornou todas as outras, mesmo a dos cem anos e a dos trinta anos, em guerras pequenas.

Os cemitérios militares das várias nações, entre os quais os portugueses, ou, até e principalmente, as sepulturas do soldado desconhecido, são visitados com alguma displicência, por muitos de nós, como se fosse possível varrer, para debaixo do tapete, isto dos conflitos humanos, dos desastres, da morte.

Mais que tudo as sepulturas! Visitar qualquer cemitério ou local de enterramento, desde o Prado do Repouso, no Porto, até ao de São Joaquim, em Ponta Delgada, passando pela linda Capela de Nossa Senhora das Vitórias, nas Furnas, ou estar, uns minutos, no “War Cemetery”, nas Lajes da Terceira, ou no “Campo de Igualdade” – hebraico -, em Angra, tem de ser muito mais que saudade! Afinal, cada local destes marca, muitas vezes com obras de arte assinalável ou mais modestamente, momentos em que a nossa humanidade, individual ou coletiva, física ou moral – a nossa identidade! -, podem ser motivo de reflexão e inspiração. Nossas e de quem nos visita.

Fonte: Azores Digital

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