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segunda-feira, 11 de maio de 2015

Momento inédito para o setor florestal brasileiro

Cerca de 60 pessoas, entre autoridades civis, pesquisadores, ambientalistas, representantes do setor florestal e da cadeia produtiva da madeira, acompanharam, no último dia 30 de abril, um momento histórico para o setor madeireiro brasileiro: o lançamento do Comitê de Salvaguardas do Programa Madeira é Legal, que reúne pela primeira vez empresários do setor produtivo, da indústria de transformação da madeira, do governo, da sociedade civil, pesquisadores e consumidores finais.


A oficialização do Comitê ocorreu na sede do WWF-Brasil, em Brasília, no Espaço Angatu, local que foi reinaugurado e, a partir de agora, terá uma biblioteca socioambiental disponível para visitação pública, por meio de agendamento prévio.

Esse Grupo, resultado da parceria do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) e do WWF-Brasil, com apoio da União Europeia no Brasil, terá o papel primordial de trazer boas práticas para o setor florestal e recomendações em áreas como produção, mercado, competitividade, entre outros. Ao todo foram quatro anos de planejamento e preparação com debates, mesas-redondas e workshops, envolvendo cadeia produtiva, governo, pesquisadores, ambientalistas e empresários.

“É a primeira vez no Brasil que todos os envolvidos do setor madeireiro conseguem se unir para combater a madeira ilegal no país e ao mesmo tempo propor soluções. O Comitê terá o papel de trazer inovação, além de atuar como conselho consultivo do Fórum”, explica Marco Lentini, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil.

O pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) / Rede de Amigos da Amazônia, Rafael Murta, também presente no evento, disse que não há registro de algo semelhante no Brasil ou no mundo. “O Comitê é formado por um grupo de pessoas de relevância e conhecimento do setor para indicar e contribuir com o andamento dos processos”.

O presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Geraldo Bento, ficou muito honrado de fazer parte deste momento único para o setor. “Nós estamos trabalhando para que o setor tenha cada vez mais credibilidade e competitividade. Temos certeza que a floresta que tem um plano de manejo em andamento está protegida, e a que não tem está ameaçada”, argumentou.

São membros do Comitê de Salvaguardas: João Baldasso (empresário do setor produtivo em MT); George Dobré (empresário de transformação do produto – Estado do Acre); Antônio Carlos Hummel (representante técnico e político); Marcos Vinicius Gomes (FGV); Lilian Sarrouf (Sinduscon-SP); Raimundo Deusdará (Serviço Florestal Brasileiro – Governo); Mauro Armelin (superintendente do WWF-Brasil).

Biblioteca

Um espaço bonito e agradável, construído inteiramente com madeira rastreada, doada pelos oito Sindicatos do setor de base florestal de Mato Grosso, a Biblioteca Conselheiro Sidnei Basile, instalada no Espaço Angatu, na sede do WWF-Brasil, se tornou um marco para estimular o uso responsável da madeira de boa origem na construção civil.

O Espaço Angatu é conhecido dos colaboradores do WWF-Brasil há anos. É o local que os funcionários da instituição utilizam para relaxar durante o expediente. Desde o ano passado, no entanto, ele passou por uma reformulação. “O local representa simbolicamente a construção de um novo momento na produção e na comercialização legal e responsável de madeira tropical no Brasil. Será utilizado pelo programa “Madeira é Legal, como um case para apresentação de vantagens e desafios do uso da madeira de boa origem na construção civil”, explica o analista de conservação sênior do WWF-Brasil, Ricardo Russo, que coordenou diretamente esse processo.

Segundo ele, o Espaço é mais que uma biblioteca. Sua inauguração com madeira nativa, proveniente do Plano Manejo Florestal Sustentável (PMFS), representa a materialização de anos de trabalho de aproximação entre setor produtivo de base florestal, indústrias e organizações ambientais. “O WWF-Brasil conseguiu depois de muito tempo de trabalho compreender o setor florestal, responsável pela alta geração de empregos na Amazônia, e identificar a melhor forma de construir um Espaço com baixa emissão de carbono. A biblioteca é uma ideia que sela a relação do setor florestal neste novo momento”, disse Ricardo Russo.

A proposta é que cientistas, professores, pesquisadores, estudantes e representantes de órgãos públicos possam ter acesso ao acervo. A temática ambiental estará disponível no local em todas as publicações editadas recentemente pelo WWF-Brasil e por organizações parceiras.

Conheça o programa Madeira é Legal

O Madeira é Legal, criado em março de 2009, é um protocolo de cooperação assinado por 23 instituições, e tem como objetivo incentivar e promover o uso da madeira de origem legal e certificada no estado de São Paulo.

Entre as diversas ações realizadas pelo programa estão a publicação de livros e manuais; a realização de capacitações para associações de classe, como construtoras e incorporadoras; a promoção de um workshop internacional com produtores da Colômbia; a realização de um estudo de viabilidade para aperfeiçoar a tributação da madeira no Estado de São Paulo; e a participação em feiras especializadas.

Com o lançamento do Comitê de Salvaguardas, espera-se que os trabalhos ganhem escala, efetividade e possam trazer melhores resultados.

Entre as ações previstas para 2015 estão o lançamento de uma plataforma virtual de compra e venda de madeira certificada e a promoção de cursos especializados com foco em uso de madeira na construção civil.

Fonte: Envolverde

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