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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Usina de Itaipu cria a primeira frota de veículos do Brasil movida a fezes de galinhas

A Usina Hidrelétrica de Itaipu tem potência instalada para gerar até 14 mil MW em 20 unidades geradoras, que usam o reservatório de 1 350 quilômetros quadrados de água para fornecer energia elétrica para milhões de brasileiros e paraguaios.  
Mas a fonte de energia elétrica usada para que os 1 300 funcionários de Itaipu se locomovam dentro da gigantesca usina é bem menos grandiosa: titica de galinha.

O projeto surgiu após a administração de Itaipu decidir usar formas de energias mais limpas dentro da usina. Após analisar qual seria a melhor fonte a ser usada, Itaipu percebeu que a melhor e mais barata saída estava nas fazendas que ficam ao redor do reservatório, na região de Foz do Iguaçu, no Paraná.

“São aproximadamente 1,5 milhão de suínos, 40 milhões de aves, 500 mil vacas leiteiras e mais de um milhão de pessoas. Todos vivendo em volta do reservatório de Itaipu. A biomassa que esse mundo de animais produz é gigantesca”, disse Cícero Bley Jr., superintendente de energias renováveis de Itaipu, à INFO.

Bley é um dos idealizadores do programa que hoje reúne 33 pequenos produtores rurais do oeste paranaense, que cedem a matéria orgânica dos dejetos da produção agropecuária para que ela seja transformada em biogás. Esses agricultores recebem 1 real por metro cúbico de gás biometano produzido.

O biogás usado na geração de eletricidade é criado a partir da decomposição da matéria orgânica por meio da ação de bactérias, um processo chamado de biodigestão. Separado por uma manta para evitar contaminação, o esterco é separado dos outros detritos e depois vai para um biodigestor que gera o biogás.

O combustível produzido por esses agricultores movimenta 30 carros e um ônibus utilizado pelos funcionários da usina nas atividades internas de Itaipu. Até o ano que vem, um trator movido a biogás também irá entrar na frota movida a “titica” de galinha. Além disso, em até 90 dias, Itaipu irá terminar a construção de uma biorefinaria interna para transformar em biometano a grama cortada dos jardins da usina.

Além de emitir 80% a menos de poluentes, a produção de 1 megawatt de biometano custa 2,5 milhões de reais, metade do valor necessário para criar a mesma quantidade de energia hidrelétrica.

“O Brasil tem 23 bilhões de metros cúbicos de biometano para serem explorados, uma fonte negligenciada, mesmo sob a pressão energética na qual vivemos hoje. As outras fontes renováveis, solar, eólica, são fontes importantes, mas são bem mais caras do que pra obter biogás”, diz Bley.

Fonte: MSN Notícias

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