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quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Biofertilizantes, artigo de Roberto Naime

São substâncias que contém microrganismos vivos e quando aplicadas em sementes, na superfície da planta, ou nos solos, colonizam a rizosfera ou o interior da planta e promovem o crescimento da mesma pelo aumento da disponibilidade e suprimento de nutrientes, ou aumentando o acesso aos nutrientes pela planta por causa da maior superfície radicular.


O biofertilizante líquido é obtido a partir da fermentação, em sistema fechado, com ausência de ar (anaeróbico ou metanogênico), do esterco fresco de gado ruminante, de preferência leiteiro, por possuir uma alimentação mais balanceada e rica, aumentando a qualidade do biofertilizante.

O esterco é misturado em partes iguais com água pura, não clorada, e colocado em uma bombona plástica, deixando-se um espaço vazio no seu interior.

A bombona é fechada hermeticamente e adapta-se á sua tampa uma mangueira plástica fina. A outra extremidade da mangueira é mergulhada em uma garrafa com água, para permitir a saída do gás metano produzido no sistema e não permitir a entrada do oxigênio, o qual alteraria o processo de fermentação e a qualidade do produto.

A fermentação terá a duração de aproximadamente 30 dias e o material será coado em uma peneira para separar a parte sólida mais pesada, filtrando-o em um pano ou uma tela bem fina.

O biofertilizante líquido não poderá ser armazenado por muito tempo, após ser coado, pois irá reduzir o seu efeito fitossanitário, dando-se preferência em usá-lo imediatamente ou na primeira semana após sua produção. Caso não seja todo utilizado, poderá ser armazenado por um período de 30 dias, desde que volte ao mesmo sistema anterior, mantendo ainda seu feito de adubo foliar e estimulante fitohormonal.

O biofertilizante líquido deverá ser diluído em água, em várias concentrações, para diferentes usos e aplicações, podendo ainda ser aplicado puro em plantas frutíferas, sem causar impactos ou agressões às mesmas.

Deve-se tomar cuidado de não deixar entupir a mangueira plástica, para permitir a livre saída do gás metano formado no sistema fechado.

O biofertilizante líquido pode ser utilizado de várias maneiras, sendo que o método mais eficiente é a aplicação de pulverizações foliares, as quais promovem em feito mais rápido. Nas pulverizações, o biofertilizante líquido deverá cobrir totalmente todas as folhas e ramos das plantas, chegando ao ponto de escorrimento, para um maior contato do produto com a planta.

Pode ser utilizado também no tratamento de sementes sexuadas e selecionadas em nível de campo, para plantio. Neste caso, as sementes deverão ser mergulhadas em biofertilizante líquido a 100% por um período de 1 a 10 minutos, secas à sombra por duas horas e plantadas em seguida. As sementes assim tratadas deverão ser armazenadas, pois poderão perder a sua capacidade de germinar e tornar-se inviáveis para o plantio.

O mesmo tratamento poderá ser utilizado em elementos de propagação vegetativa assim como: estacas, toletes, bulbos e tubérculos, para plantio imediato, aumentando o enraizamento e viabilizando o seu uso em lavouras comerciais.

Na produção de mudas, poderá ser utilizado na rega de sacolas ou canteiros de germinação, antes do plantio, para promover um expurgo do solo utilizado, possuindo um excelente efeito bacteriostático quando aplicado puro.

A parte sólida do biofertilizante poderá ser usada como adubo de cova em plantios, na formação de compostagem ou até mesmo na alimentação animal, peixes e suínos, neste último, deverá ser devidamente desidratada e adicionada à ração.

A crescente conscientização sobre os efeitos ambientais causados por fertilizantes químicos e a demanda por produtos orgânicos tem aumentado a procura por alternativas ecológicas na agricultura.

Por isso, os biofertilizantes vêm ganhando importância. Os biofertilizantes resultam da biodigestão de compostos orgânicos de origem vegetal e animal e, diferentemente dos adubos químicos e são constituídos por uma variedade de espécies de micro-organismos, considerados benéficos para o solo.

Possuem a propriedade de ajudar as plantas a absorver melhor os nutrientes presentes na terra e a aumentar a concentração e a disponibilidade de certas substâncias.

Biofertilizantes também atuam como uma barreira física contra doenças e protegem as plantas de pragas, além de decompor resíduos orgânicos, estimulando o crescimento dos cultivos.

A necessidade de desenvolver estratégias alternativas de manejo da fertilidade do solo movimenta o mercado de biofertilizantes, que já vive uma forte concorrência, devido à presença de um grande número de empresas de pequena e grande escala.

Referências:




Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Fonte: EcoDebate

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