Colaboradores

Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Arquivo do blog

Pesquisar neste blog

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Turismo na Namíbia movimenta a economia e preserva o meio ambiente

A Namíbia, localizada no Sudoeste do continente africano, entre Angola e a África do Sul, é uma referência para ambientalistas. Premiado pela WWF, o país conseguiu criar um modelo de negócios para o turismo que integra a iniciativa privada, as comunidades locais e a preservação do meio ambiente.
A partir de uma rede de parques nacionais e áreas de conservação particulares e comunitárias, a Namíbia apostou em suas paisagens únicas – como o incrível deserto de areias vermelhas – e sua fauna instigante – da qual fazem parte quase todos os grandes animais africanos, além de espécies tipicamente namibianas -, para fazer a economia se movimentar. O país atrai turistas do mundo inteiro para “camps” e “lodges” sofisticados e isolados. Não é um turismo barato, nem de massas: a opção foi por uma estratégia menos predatória, que exaure menos os ecossistemas. E os brasileiros começam a descobrir esse destino, que rende incríveis safáris fotográficos.

O país, um pouco menor que o estado do Mato Grosso, no Brasil, e com menos de 2,5 milhões de pessoas, recebeu 1,2 milhão de turistas em 2013. Depois da mineração e da agricultura, o turismo é a terceira atividade econômica mais importante do país e representa 17,5% do PIB. Entre 2011 e 2013, o fluxo de visitantes cresceu 12,5%. E parte dos novos turistas vem do Brasil.

Os safáris impulsionam a indústria do turismo na África. Segundo um estudo do Banco Mundial, na década passada, mesmo com toda a crise, a entrada de visitantes no continente africano subiu 8%. O relatório aponta obstáculos: uma viagem pra África pode custar até 30% a mais que outra com a mesma duração para outra parte do mundo. Os voos para o continente podem ser 50% mais caros. As distâncias entre as cidades são longas e o melhor jeito de chegar nas áreas turísticas é de avião. Não é um turismo para muitos. Um safári de balão custa 400 dólares por cabeça. O público é exigente. Na maioria, vem da Alemanha, já que a Namíbia foi colônia do país.

O país desenvolveu um modelo de negócios em que os serviços têm alto valor agregado. Não são baratos, o que limita a demanda. “Tentamos focar num turismo mais exclusivo e com fluxo baixo de turistas. Nossas áreas não são como as savanas do Quênia, onde a biodiversidade é abundante e altamente resiliente. Temos uma densidade populacional baixa, terras frágeis, quantidade limitada de água. O que acontece é que o setor privado reconheceu isso, os conservacionistas reconheceram isso, e as parcerias são formadas com aliança estratégica estabelecida entre os acampamentos que recebem poucos turistas, mas que estão dispostos a pagarem por uma experiência de qualidade. Isso é muito mais sustentável para o meio ambiente e para as operações, porque não requer equipes grandes para manter”, explica Chris Weaver, diretor da WWF Namíbia.

Para o Banco Mundial, o turismo pode ser crucial para o desenvolvimento dos países africanos. De acordo com o relatório mais recente, a Namíbia desponta como um país que encontrou uma estratégia inteligente para estimular o turismo e proteger a vida selvagem.

Quase 44% das terras da Namíbia estão protegidas; 7% são reservas particulares ou concessões abertas à exploração turística. Os parques nacionais abrangem 17% do país. E o Parque Nacional de Etosha é um dos mais visitados. Mas o grande diferencial são as áreas comunitárias de conservação ambiental.

O chamado rinoceronte negro é típico desta parte da África. Uma parte do dinheiro que os turistas deixam vai para a ONG “Save The Rhino Trust”, que tem conseguido resultados impressionantes na recuperação da população desse rinoceronte. Uma outra parte do dinheiro fica com uma empresa particular que treinou os funcionários para prestar o atendimento aos turistas. E uma última fatia do bolo fica com a própria comunidade que gera esse negócio.

Ou seja, o pessoal da terra aprendeu que o rinoceronte vale muito mais vivo do que morto.

Nos anos 60, quando a Namíbia ainda era administrada pela África do Sul, a caça era um problema sério. A consciência preservacionista foi criada aos poucos, e ganhou impulso depois da independência, em 1990. Pouco depois, foi aprovada a lei que estabelecia as regras para a formação das terras comunitárias de conservação. 

Fonte: G1

0 comentários:

Postar um comentário

Eco & Ação

Postagens populares

Parceiros