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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Brasileiros criam método para estudar danos do Alzheimer ao cérebro

Pesquisadores do Brasil e do Canadá desenvolveram um novo protocolo de pesquisa com exemplares de macacos para analisar os efeitos do Alzheimer no cérebro e, com isso, ajudar na busca da cura para a doença, que, segundo estimativas, afeta 36 milhões de pessoas no mundo.


O grupo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Queen’s University, de Kingston, “recriou” os sintomas da enfermidade em primatas jovens que estavam em um laboratório canadense. A prática substitui o emprego de animais idosos nas investigações.

Antes, era necessário aguardar o envelhecimento natural dos primatas para analisar o surgimento de sintomas semelhantes ao do Alzheimer – como a redução das sinapses, que leva à perda da memória, e problemas de cognição –, o que, na opinião da professora Fernanda De Felice, uma das autoras da investigação, tornava o estudo inviável.

Segundo ela, cada primata da espécie Macaca fasciculares, utilizado na pesquisa, pode viver até 30 anos, o que fazia “demorar décadas para obter algum dado sobre a doença”. Em média, um exemplar deste macaco pode viver até 30 anos.

Novo método – Agora, os cientistas aplicam toxinas – oligômeros formados pelo peptídeo (pequenos pedaços de proteína) denominado beta-amiloide, formados nos estágios iniciais do Alzheimer – em cobaias com idade entre 9 e 16 anos. O desenvolvimento da doença está relacionado ao excesso desta toxina no cérebro.

De acordo com Fernanda, a necessidade de se usar os primatas se deve à semelhança com o cérebro humano. Antes, segundo ela, foram feitos vários experimentos referentes ao tratamento do Alzheimer em roedores. O êxito desses testes não se repetiram quando foram refeitos em pacientes humanos). Por isso, a necessidade de outro modelo de pesquisa.

“O cérebro dos roedores é muito diferente ao cérebro humano. Apesar de não sabermos exatamente qual o percentual de semelhança entre o cérebro de um macaco e o do ser humano, o tamanho é parecido. Outro exemplo é que o Alzheimer cria emaranhados neurofibrilares no cérebro (proteínas que causam ao mau funcionamento dos neurônios). Nos roedores isso não aparecia, no macaco, sim”, explica.

Necessidade de testes com animais – O uso de animais em experimentos científicos é um tema delicado no Brasil. No ano passado, ativistas invadiram um laboratório em São Roque (SP) e libertaram cães da raça beagle, além de roedores, utilizados em testes em um laboratório de pesquisas.

Após esse episódio, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, deu mais atenção aos métodos alternativos ao uso de cobaias, no intuito de reduzir a quantidade de diferentes espécies aplicadas em laboratórios. No início de setembro, o órgão reconheceu 17 métodos alternativos para diversos testes, entre eles o de potencial de irritação e corrosão da pele.

No entanto, ainda não há um substituto ao animal em pesquisas voltadas ao Alzheimer, de acordo com Fernanda. “Não há como eliminar totalmente o uso de animais. Os testes clínicos em doenças neurodegenerativas vêm falhando e isso indica que precisamos entender os mecanismos em diferentes modelos [além dos roedores]. O primata é crucial para pegarmos alguns aspectos que não conseguimos entender”, explica.

A cientista diz ainda que seu grupo trabalha com a “teoria da pirâmide”, em que o uso de animais é deixado para o último caso (no topo), após a experimentação com a cultura de células in vitro (base). “Temos que usar o mínimo possível [de animais]”, finaliza. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de ética de experimentação animal da Queen’s University. 

Fonte: G1

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