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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Buscar a vida em equilíbrio, artigo de Roberto Naime

Para poder discutir a vida em equilíbrio é necessário adotar ao menos uma premissa básica dentro do silogismo que se impõe. Não é possível esquecer ou negligenciar a premissa básica de que a finalidade última de nossa vida na terra é alcançar a máxima felicidade.


Podemos conceituar a vida em equilíbrio dentro de uma concepção técnica como os estágios vivenciais harmônicos que estejam inseridos em contextos de desenvolvimento sustentável, solidariedade, democracia e justiça social.

O melhor conjunto de ideias, que permitem uma aproximação para definir desenvolvimento sustentável que patrocina a vida em equilíbrio, pode ser resumido num pequeno conjunto de fatores:

1. Para o nosso sustento, estarmos participando de empreendimentos inseridos em contextos físicos e biológicos adequados;

2. Se for o caso, que haja noções de “ecodesign” dentro do processo, ou seja, que as possibilidades de uso otimizado de matérias, da forma que sejam recicláveis, seja hegemônica;

3. Que haja respeito pelos princípios de sustentabilidade que envolvem usos conservativos de recursos materiais, hídricos e energéticos;

4. Em caso de serem necessários tratamento de efluentes líquidos industriais, gestão de resíduos sólidos e monitoramento ambiental de emissões atmosféricas, que os mesmos sejam realizados dentro dos melhores conceitos e padrões técnicos, atingindo níveis de elevada eficiência e eficácia;

5. Participação em ações de educação ambiental relevantes e projetos comunitários com finalidade ambiental.

6. Disposição e comprometimento social com a transparência, a solidariedade, a democracia e a justiça social.

Não se tem a pretensão de esgotar o assunto. Tem maravilhosos sites de empresas e bancos discutindo com grande propriedade estes conceitos. Progresso não significa apenas estradas, indústrias, usinas, cidades e máquinas. Tudo isto melhora a qualidade de vida dos seres humanos, mas isoladamente não pode permitir uma dimensão de equilíbrio e felicidade coletiva.

Para isto precisamos de harmonia e sustentabilidade dentro de uma visão holística abrangente. O progresso de forma descontrolada tem alto custo social e ambiental sendo responsável por grande parte dos impactos hoje identificados.

O atual modelo de crescimento econômico produziu enormes desequilíbrios. De um lado nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, e por outro, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Não é possível imaginar que este modelo de crescimento obtenha condições de perenidade.

Diante desta constatação, surge a necessidade do Desenvolvimento Sustentável, buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e o fim da pobreza no mundo. A enorme violência cotidiana que vivenciamos, especialmente em nosso país, tem suas origens vinculadas com os desequilíbrios econômicos.

O jornalista Washington Novaes sempre cita que não é possível separar o econômico do ambiental, como não é possível separar o social do político e do cultural. Não se pode imaginar que legiões de pessoas se dediquem ao tráfico de drogas e à violência dele decorrente se tivesse ao uma oportunidade concreta e digna de exercerem sua plena cidadania. Caso não adotassem a oportunidade seria uma situação próxima a patologia ou à marginalidade mesmo e isto sempre ocorrerá.

O que se discute é a extensão deste fenômeno dentro de uma sociedade sadia.

Desenvolvimento sustentável pode ser definido de forma mais abrangente como a busca de equilíbrio entre tecnologia e ambiente, com participação de todos os grupos sociais e nações, em busca da qualidade de vida, eficiência econômica, equidade social e conservação ambiental.

Para atingirmos desenvolvimento sustentável, a proteção do ambiente tem que ser considerada integrante do processo de desenvolvimento.

Neste momento, deve ser enfatizada a diferença entre crescimento e desenvolvimento. Crescimento não conduz de forma automática à igualdade ou à justiça social, pois não considera estes aspectos. Neste sentido, crescimento desprovido de outros atributos, agride a conceituação básica de sustentabilidade criada por Gros Brundtland, primeira-ministra da Noruega na primeira conferência ambiental patrocinada pela ONU e depois tão desenvolvido por Ignacy Sachs em várias obras.

O desenvolvimento sustentável, ou a tão propalada sustentabilidade planetária que envolve variados tipos de sustentabilidade, considera a geração de riquezas e sua distribuição, de forma a melhorar a qualidade de vida de toda população, dentro do contexto de preservação ambiental do planeta.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Fonte: EcoDebate

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