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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Cobaia com dieta ‘gorda’ transmite propensão à obesidade para a prole

A propensão à diabetes e à obesidade em uma pessoa tem muito a ver com o DNA que ela herda de seus dois pais, mas a alimentação da mãe durante o período de gravidez e amamentação pode ‘desligar’ genes benéficos, sugere um novo estudo.


A conclusão saiu de um experimento no qual cientistas investigaram o papel do hormônio GIP (polipeptídio inibitório gástrico) em camundongos. Uma dieta rica em gordura por parte da mãe, mostrou o trabalho, altera a maneira com que a cria processava essa substância, deixando a prole mais obesa e com resistência à insulina, condição que precede a diabetes tipo 2.

O trabalho foi descrito em um artigo liderado pelo cientista Michael Kruse, do Instituto Alemão de Nutrição Humana, de Nuthetal. O trabalho foi publicado no periódico científico “Diabetes”, da Associação Americana de Diabetes.

Assim como ocorre com humanos, o GIP é liberado no intestino dos roedores após a alimentação e estimula a secreção de insulina no pâncreas. O hormônio estimula o metabolismo de celulas adiposas e a oxidação de gordura em células musculares. Por ter também efeito anabólico, o GIP promove o ganho de massa, e quando a atividade do hormônio é reduzida, os animais ficam naturalmente protegidos contra a obesidade.

Usando animais geneticamente modificados, os cientistas compararam diferentes grupos de cobaias submetidos a diferentes dietas. Aqueles cujas mães tinham dieta gordurosa eram mais propensos à obesidade ao atingir a vida adulta, mas não quando tinham a base genética para a produção de GIP alterada.

Segundo Kruse, o trabalho mostrou que a hereditariedade da propensão à obesidade está ligada ao DNA, mas é mais sutil do que se poderia supor. Ela está ligada ao que os cientistas chama de “epigenética”, ou seja, características passadas entre gerações não necessariamente relacionadas a diferenças genéticas.

A epigenética está relacionadas à maneira com que o DNA é regulado e usado pelo organismo para produzir biomoléculas, não apenas a quais genes estão presentes num determinado organismo. O estudo com camundongos não pode ser diretamente traduzido para aquilo que ocorre com humanos, mas é bem provável que a dieta de mulheres afete seus bebês da mesma maneira, afirmam os cientistas. 

Fonte: G1

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