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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

‘Se não nos mobilizarmos, vamos perder a luta’ para o Aedes, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff disse na sexta-feira (29) que, se o país não se mobilizar, vai “perder a guerra” contra o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue a zika. Ela participou em Brasília de uma videoconferência com governadores de São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro e Bahia para tratar de ações de combate ao mosquito.


Dilma deu a declaração em entrevista à imprensa após a reunião. Ela foi questionada sobre a frase do ministro da Saúde, Marcelo Castro, que havia dito que o país estava perdendo a guerra para o Aedes. Na resposta, Dilma disse que Castro estava retratando uma “realidade” e que dizer que o país estava perdendo a guerra equivale a afirmar que a intenção é ganhar a luta.

“É impressionante, achei fantástico. Por que criar um problema com a constatação da realidade? Dizer que estamos perdendo [a guerra] é porque queremos ganhar. Nós queremos ganhar. Estamos dizendo: se não nos mobilizarmos, vamos perder isso. Vamos nos mobilizar”, afirmou Dilma.

A presidente acrescentou que, enquanto o mosquito estiver se reproduzindo, o país estará perdendo a batalha contra o Aedes. No entanto, ela afirmou que o Brasil vai “ganhar a guerra”.

“Nós estamos perdendo. Enquanto o mosquito se reproduzir, estamos perdendo a luta. Se eu dissesse que nós estamos ganhando a luta, a gente estaria numa fase mais avançada. Mas nós vamos ganhar essa luta, é uma outra coisa. Nós vamos mostrar que o povo brasileiro vai ganhar essa guerra”, completou a presidente.

Segundo Dilma, a estratégia do governo deve ser combater os criadouros do mosquito. Ela afirmou que toda a sociedade deve se engajar no comabte ao Aedes, e não só o governo.

“O que os governos responsáveis têm de fazer? O que os cidadãos têm de fazer? Temos de erradicar o criadouro do mosquito. Os governos, as igrejas, os times de futebol, os sindicatos, temos que eliminar a água parada”, disse Dilma.

Faxina – A presidente também ressaltou que o governo vai “deflagrar” nesta sexta-feira uma “faxina” contra o mosquito em todas as repartições públicas federais. As Forças Armadas disponibilizaram 220 mil homens para atuar na limpeza de possíveis focos do Aedes aegypti.

“O governo federal hoje começa uma faxina dentro de todas as unidades do governo federal, das Forças Armadas, todas as unidades do Ministério do Desenvolvimento Social, na Educação, na Saúde, em todas as esferas”, observou a presidente na coletiva à imprensa.

Na quinta-feira (28), véspera da “faxina federal”, o G1 identificou no Panteão da Pátria – museu que homenageia os heróis nacionais localizado na Praça dos Três Poderes, a cerca de 200 metros do Palácio do Planalto – água acumulada e larvas de insetos que pode ser criadouro de mosquitos, como o Aedes aegypti.

Também na Praça dos Três Poderes, é possível ver água acumulada no fosso do mastro da Bandeira Nacional.

O gerente da Vigilância Ambiental do Distrito Federal, Petrônio Lopes, afirma que o órgão realiza uma ação de combate ao mosquito nos prédios públicos da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes desde a quarta-feira (27).

Lopes diz que a região é “mais tranquila” com casos de foco de dengue. “Nosso objetivo é fazer esse controle [da proliferação] e orientar os servidores públicos em todos os órgão da área da Esplanada e da Praça.”

Ao lado do Ministério da Saúde, o G1 encontrou 15 latas de tinta com volume de 18 litros cheias de água. No local, o lavador de carros Regis Oliveira, de 27 anos, afirma que foi avisado pelo governo sobre não deixar a água acumulada. Ele atua no espaço há dez anos.

“Desde que eu cheguei aqui o pessoal [do Ministério da Saúde] já me pediu pra manter as latas viradas. Toda noite eu troco a água e deixo tudo limpo”, afirmou. Ele mora em em Planaltina de Goiás e diz que já presenciou muitos casos de dengue na região, mas nunca contraiu a doença.

A Secretaria da Saúde do Distrito Federal afirmou que o governo combate o Aedes aegypti em todo o DF e concentra esforços para reduzir os índices de contaminação das doenças que o mosquito transmite.

Cronograma – Logo após a fala da presidente, o ministro Marcelo Castro informou que no próximo dia 4 haverá uma limpeza em todos os hospitais do Brasil (públicos, privados e filantrópicos) que recebem pacientes do SUS para destruir os criadouros do mosquito.

Segundo ele, no dia 13 cerca de 220 mil militares das Forças Armadas distribuirão panfletos e cartilhas com instruções em residências de todo o país para conscientizar a população sobre as formas de combate ao Aedes aegypti.

O ministro da Saúde informou ainda que, atualmente, 23 países já registraram o vírus Zika e, por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que na América Latina o número de pessoas infectadas poderá chegar a 4 milhões – desses, 1,5 milhão no Brasil. Em razão desses números, diz Castro, a entidade convocou uma reunião do comitê de emergência para a próxima segunda (1º) para decidir se vai declarar estado de emergência internacional.

“Além disso, na próxima quarta [3], teremos uma reunião da Unasul, com todos os ministros da Saúde, no Uruguai, mas isso ainda não está 100% fechado”, disse Castro.

Por fim, ele informou que ainda não há previsão de quando o governo começará a distribuir os repelentes do Aedes aegypti às grávidas que recebem o Bolsa Família (cerca de 400 mil mulheres), mas que o governo “tem toda urgência” em relação ao assunto. 

Fonte: G1

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