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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Incêndio atinge, desde domingo, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, na região serrana do Rio

Bombeiros dos quartéis de Petrópolis e Itaipava, na região serrana do Rio de Janeiro, combatem, desde domingo (12), focos de incêndio em diversas localidades, como Retiro das Pedras, Bonsucesso, Estrada da Rocinha, Bonfim e Mata Porcos. Uma das mais atingidas é a área de proteção ambiental do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), situado entre os municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis e administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).


Pássaros e animais de várias espécies que vivem no parque podem ter sido atingidos pelo fogo. Mais de 100 bombeiros trabalham para controlar o incêndio, que atinge uma área de cerca de 2.200 hectares.

De acordo com o chefe do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Leandro Goulart, desde ontem (13), brigadistas atuam na região de Petrópolis, principalmente na localidade de Corrêas. Eles têm apoio da Brigada Tiro Quente do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo os brigadistas, o fogo chegou muito perto das casas do Condomínio Mata Porcos. A equipe está baseada na sede da Fazenda Cavalo Baio, naquela região.

Goulart informou que, nesta manhã, 14 brigadistas subiram o morro em direção ao fogo, que, segundo eles, já estava virando para o outro lado do Parnaso. Dez brigadistas permaneceram no local, que foi queimado ontem, fazendo o rescaldo da área para evitar a volta do fogo. “Recebemos também informações sobre outros focos de incêndios na área do parque, na região do Jardim Serrano, em Teresópolis, e na região da BR-495, trecho Teresópolis-Itaipava.”

Para ele, uma das causas do incêndio pode ter sido a queima de lixo por proprietários de áreas no entorno do parque. “Três brigadistas que estavam em Teresópolis foram deslocados para averiguar essas denúncias”, disse Goulart.

A coordenadora do Projeto Fauna Viva do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Raquel Junger, na região de Mata Atlântica do parque, teme pelas 462 espécies de aves, muitas endêmicas, 105 de mamíferos, 82 de répteis e 104 de anfíbios. “Alguns desses animais podem ter sido atingidos pelo fogo, entre eles, pacas, tatus-galinha, tamanduás-mirins, ouriços-cacheiros, tapitis, gambás, cuícas, antas e outros roedores. Os répteis, entre várias espécies de serpentes e lagartos, também podem ter sido afetados.”

Segundo Raquel, é possível que muitos ninhos de aves tenham sido atingidos e que os filhotes, que ainda não sabem voar, tenham caído e morrido queimados. “Ou seja, temos uma grande variedade de espécies sofrendo com o incêndio.”

A flora local, com suas 2.668 espécies catalogadas, também sofre com o fogo. Existem no parque vários tipos de plantas ameaçadas de extinção ou importantes para a conservação, como o palmito jussara (Euterpe edulis), a bromélia imperial (Alcantarea imperialis) e o samambaiaçu (Dicksonia sellowiana), ressaltou Raquel. “Considerando que a área é de muito difícil acesso, ainda não foi possível fazer um levantamento mais detalhado no local, com o total de espécies atingidas”, acrescentou.

Fonte: EcoDebate

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