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quinta-feira, 19 de março de 2015

O perigo do sal: ‘A maioria de nós nem sequer sabe o quanto de sódio consome’

OPAS/OMS convoca a indústria produtora de alimentos a reduzir o sal em seus produtos, especialmente entre os produtos consumidos por crianças, bem como pôr fim à publicidade infantil de produtos com sódio em excesso. “O sabor salgado é uma preferência adquirida”, destaca especialista, lembrando a responsabilidade de pais e demais responsáveis.


A Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) estão convocando a indústria produtora de alimentos a reduzir o sal em seus produtos, especialmente entre os produtos consumidos por crianças. Além disso, a OPAS/OMS também pede o fim da publicidade voltadas para o público infantil de produtos com elevadas quantidades de sódio.

Durante a Semana Mundial pela Conscientização do Sódio, celebrada entre 16 e 22 março, a OPAS/OMS também está convocando as famílias para “fugir do sódio escondido”, escolhendo mais refeições preparadas em casa e com ingredientes frescos.

“A maioria de nós nem sequer sabe o quanto de sódio consome, isto porque a maior parte do sódio que consumimos está escondido em alimentos processados, prontos para consumo. Para mudar este cenário, parte da solução deve partir da indústria produtora de alimentos, que deve reduzir o sódio nos seus produtos”, disse Branka Legetic, consultora da OPAS/OMS para Doenças Crônicas Não Transmissíveis. “Por outro lado, as pessoas devem usar menos sal no preparo de suas refeições, além de garantir que as crianças comam mais alimentos frescos e preparados em casa”, acrescentou.

As crianças são especialmente vulneráveis à publicidade e ao marketing de alimentos e, ao mesmo tempo, estão desenvolvendo seus hábitos alimentares. Os hábitos alimentares praticados na infância terão um forte impacto sobre o padrão de consumo alimentar quando adultos. O alto consumo de sal, mesmo durante a infância, tem um efeito sobre a pressão arterial e pode predispor as crianças a doenças como a hipertensão, osteoporose, asma e outras doenças respiratórias, obesidade e câncer de estômago.

O fato de que crianças e adolescentes estão em estágio de desenvolvimento é uma ótima oportunidade, e este desenvolvimento se reflete também no seu paladar . “O sabor salgado é uma preferência adquirida, por isso é possível que os pais e cuidadores tomem medidas que evitem que as crianças tenham preferências por alimentos excessivamente salgados desde a primeira infância”, destacou Legetic. “Outra estratégia é envolver as crianças e adolescentes na preparação das refeições em casa, para que eles possam estabelecer bons hábitos alimentares para toda a vida.”

Consumo de sal nas Américas

Adultos que consomem diariamente mais de 2 mil miligramas de sódio – equivalente a 5 gramas de sal por dia – estão em maior risco desenvolver pressão alta, o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, bem como insuficiência renal. As diretrizes oficiais da OMS recomendam que estes limites sejam ajustados para baixo quando consideramos o consumo de crianças e adolescentes, que geralmente consomem menos calorias diárias do que os adultos.

Na região das Américas, a ingestão média diária de sal é maior do que 5 gramas, variando entre 8,5 e 9 gramas no Canadá, Chile e Estados Unidos para 11 gramas no Brasil e 12 gramas na Argentina.

Desde 2009, a OPAS/OMS tem liderado os esforços regionais, por meio da ação conjunta entre os governos, especialistas em saúde, representantes da indústria e organizações não governamentais, para reduzir a ingestão de sal nas Américas.

Em 2013, a OPAS/OMS, no âmbito do consórcio para a redução do consumo de sal (Salt Smart Consortium), desenvolveu um plano de ação que conclama a indústria de alimentos processados a reduzir voluntariamente os níveis de sal em seus produtos, propondo metas específicas para a redução de sal em alguns grupos de alimentos (pães, biscoitos e bolos, carnes processadas, maionese e sopas).

O plano também prevê campanhas de sensibilização para ajudar os consumidores a entender as informações apresentadas nos rótulos dos alimentos além da conscientização do por que é importante consumir menos sódio.

Fonte: EcoDebate

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