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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Emissão de gases de efeito estufa está estável, diz Observatório do Clima

As emissões de gases de efeito estufa do Brasil em 2014 ficaram estáveis em relação ao ano anterior, apesar da queda de 18% na taxa de desmatamento da Amazônia.
A nova projeção do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), do Observatório do Clima, rede que reúne 37 entidades da sociedade civil para discutir as mudanças climáticas no Brasil, foi divulgada na quinta-feira (19).

De acordo com os dados do Seeg 2015, o Brasil emitiu no ano passado 1,558 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente, redução de 0,9% em relação ao patamar de 1,571 bilhão de toneladas emitidas em 2013.

Segundo o observatório, em 2013, um aumento de 28% na taxa de desmatamento na Amazônia fez as emissões totais do país crescerem 8,2% em relação ao ano anterior. Com a desaceleração do desmatamento em 2014, era esperado que as emissões também caíssem, mas não foi o que se verificou. Alta de 6% na quantidade de carbono lançada ao ar pelo setor de energia impediu que a queda de 9,7% das emissões pelo desmatamento fizesse diferença na contribuição do Brasil para o aquecimento global no ano passado.

“Os novos dados consolidam o fim da fase de queda de emissões verificada entre 2004 e 2009. Desde então, as emissões têm flutuado em torno de 1,5 bilhão de toneladas de CO2”, afirmou, em nota, o coordenador do Seeg, Tasso Azevedo.

O setor de energia emitiu, em 2014, 479,1 milhões de toneladas (mt) de CO2e, e hoje está lado a lado do desmatamento (486,1 mt CO2e) como principal fonte de gases estufa da economia brasileira.

Segundo o observatório, o crescimento foi puxado pelos setores de transportes, que está emitindo 3% mais do que em 2013; de geração de eletricidade, que teve um aumento de 23%, devido ao acionamento de usinas termelétricas fósseis por causa seca que esgotou os reservatórios das hidrelétricas no Nordeste, no Centro-Oeste e no Sudeste; e de produção de combustíveis, que teve aumento de 6,8% nas suas emissões em razão da produção e do refino de óleo e gás, que inclui a exploração do pré-sal.

“A participação das usinas termelétricas na geração de energia para compensar a crise hídrica que afetou as hidrelétricas foi protagonista nesse resultado”, disse o coordenador-geral do Observatório do Clima, André Ferretti. “É preciso diversificar nossa matriz energética, investindo em fontes limpas como a eólica e o etanol de segunda geração.” 

Fonte: Agência Brasil

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