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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Especialista aponta que secas na Amazônia poderão ser mais longas e frequentes no futuro

Peruano Jahn Carlo Espinoza palestrou em workshop promovido pelo Inpa. Evento discute as áreas de hidrologia, climatologia, dendrocronologia e análises de isótopos na bacia amazônica.


Recentemente, a Amazônia passou por longos períodos de seca, especialmente entre os anos de 2005 e 2010. Para discutir este tema, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) organizou um workshop com especialistas de várias partes do mundo nas áreas de hidrologia, climatologia, dendrocronologia e análises de isótopos na bacia amazônica.

As previsões indicam que eventos como as secas extremas serão mais frequentes e longas no futuro. Além disso, os modelos climáticos, que permitem avaliar as mudanças no clima, apontam que, por volta de 2050, pode ocorrer uma transição na vegetação na Amazônia de bosque tropical para savana.

Para o pesquisador do Instituto Geofísico do Peru, Jhan Carlo Espinoza, esses eventos são resultados da temperatura da região do Atlântico Norte, próximo à costa do Brasil até a África. “Quando esta região está mais quente do que o normal, produz mais precipitações no Atlântico e reduz as chuvas na Amazônia, causando secas extremas com os níveis dos rios mais baixos”, explicou.

Segundo ele, as secas têm sido mais intensas nas últimas décadas, porém, as inundações passaram a ser mais frequentes, especialmente a partir da década de 1970. O pesquisador destacou que, até aquele período, havia apenas cinco registros de grandes inundações. Após, os estudiosos observaram 18 acontecimentos deste porte – causados, principalmente, pelo evento La Niña, mas também pelas condições de temperatura do Atlântico Tropical Sul.

“Quando ocorre o fenômeno, existe mais fluxo de umidade que ingressa na Amazônia, permanecendo nesta região, ocorrendo precipitações de chuvas. Isto incrementa o nível dos rios, causando inundações”, assinalou Espinoza. “O clima da Amazônia está controlado em grande medida com o que ocorre nos oceanos. Cercada pelo Pacífico, por um lado com o El Niño, mas também com condições de temperatura no Atlântico”, completou.

Outras participações

O pesquisador da Universidade de Leeds (Reino unido), Manuel Gloor, falou sobre as recentes mudanças no clima da bacia amazônica e o impacto na floresta. Já o pesquisador do Laboratório de Ciência do Clima e Meio Ambiente da França, Jonathan Barichivich, falou sobre as perspectivas de longo prazo no ciclo hidrológico da Amazônia. O especialista do Inpa, Jochen Schongart, abordou sobre os anéis das árvores das regiões alagada e central da Amazônia: o que eles nos falam sobre o crescimento do clima e a relação das condições climáticas do passado.

Fonte: EcoDebate

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