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terça-feira, 13 de junho de 2017

Projeto para otimizar produção de peixes representa o Brasil em ‘Copa do Mundo’ da tecnologia

Um projeto que promete otimizar a produção de peixes e camarões desenvolvido por três universitários irá representar o Brasil na etapa global da Imagine Cup – a ‘Copa do Mundo’ da tecnologia. A técnica, desenvolvida por três estudantes, dois deles de Campinas (SP), gera uma economia no custo operacional dos criadouros de até 30%.


“Vimos que é um dos mercados de proteína que mais cresce no mundo, isso porque ele tem a vantagem de usar bem menos espaço produtivo, emite menos gás carbônico e usa até menos água”, conta o estudante da Unicamp Alfredo Cavalcante Neto.

Promovida pela Microsoft, a competição tem o objetivo de transformar projetos acadêmicos em startups de sucesso. O ‘UpFish’ foi escolhido entre 199 projetos do país e, juntamente com o BubuDigital, desenvolvido na Paraíba, concorrerá com outros 58 projetos do mundo todo ao prêmio de U$ 100 mil e mentoria exclusiva com o CEO da Microsoft, Satya Nadella. A etapa mundial acontece em julho, em Seattle (EUA).

O sistema foi uma parceria entre os estudantes de engenharia de controle e automação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Alfredo Cavalcante Neto e Carlos Eduardo Milani, e o graduando em neurociência da Universidade Federal do ABC (UFABC) Elton Soares.

Em desenvolvimento há quatro meses, o principal objetivo do UpFish é monitorar a produção de pescados a fim de ampliar a oferta mundial de alimentos e fortalecer o mercado interno.

A ideia de trabalhar com a aquicultura surgiu da experiência de Soares no exterior, onde visitou a primeira fazenda urbana orgânica de camarões, em Nova York (EUA). Voltando ao Brasil, conheceu o zootecnista e diretor da Associação Brasileira de Criadores de Organismos Aquáticos (Abracoa), que deu os primeiros direcionamentos ao grupo.

“Vimos aí uma oportunidade bacana. Só que, como tudo, ele tem as suas dificuldades. Então, criar o ambiente ideal de cultivo pra esses peixes, esses camarões, é uma tarefa difícil”, completa o aluno da Unicamp Cavalcante Neto.

O grupo desenvolveu uma solução integrada que funciona em três etapas: um dispositivo (hardware) é instalado no tanque de produção dos peixes, onde sensores captam dados sobre a qualidade da água, que são enviados para um software em uma “nuvem”. Com base nessas informações, são desenvolvidas soluções para corrigir eventuais necessidades da água e otimizar o processo de produção.

“Como o sistema atua melhorando essa água, ele acaba melhorando também todo o metabolismo do peixe num geral. Então, isso acaba interferindo em como o peixe está absorvendo a comida. E essa técnica acaba gerando uma economia no custo operacional, uma taxa de 15% a 30%”, pontua Cavalcante Neto.

Para a equipe, que está confiante com a próxima etapa, participar da Imagine Cup é uma grande responsabilidade não só por representar o Brasil, mas também por representar o mercado da aquicultura, que segundo Cavalcante Neto, ainda carece de tecnologias específicas para a área.

“A gente surge pra quebrar essas barreiras, nossa missão é empoderar o produtor rural através da nossa tecnologia”, observa o universitário. 

Fonte: G1

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