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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Eventos climáticos extremos ameaçam esforços para acabar com a miséria

Quando o furacão Mitch devastou países na América Central em 1998, o Programa Mundial de Alimentação (PMA), das Nações Unidas, afirmou que o desastre destruiu 20 anos de trabalho para erradicar a fome e a pobreza na região.


Eventos climáticos extremos ao redor do mundo têm efeitos semelhantes todos os meses, mas, mesmo assim, a gestão de seus riscos ainda não é uma prioridade da comunidade internacional, alerta um relatório divulgado nesta quarta-feira (16).

O documento foi produzido pelo Overseas Development Institute (ODI), uma das principais entidades civis britânicas ligada a causas humanitárias, em parceria com o Met Office e a consultoria Risk Management Solutions (RMS).

Segundo o relatório, mais de 325 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza estarão nos 49 países mais vulneráveis às mudanças climáticas até 2030. Dessa forma, eventos climáticos extremos, como secas prolongadas ou enchentes constantes, as afetarão de forma particularmente rigorosa, tornando os esforços para acabar com a miséria mundial ainda mais difícil.

“Desastres representam uma ameaça crítica ao objetivo de acabar com a pobreza, e alguns países são tão vulneráveis que basta um punhado de eventos extremos para que os esforços nesse sentido sejam completamente destruídos”, afirmou Tom Mitchell, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores analisaram, por exemplo, os impactos das secas na Etiópia e em regiões da Índia. E concluíram que a falta de acesso à água é o principal intensificador da pobreza.

“Normalmente, a má condição de saúde pública é apontada como a maior responsável pela miséria. Porém, em áreas vulneráveis à seca, o fator climático é o mais importante, já que é ele que está por trás dos problemas de saúde da população”, explicou Mitchell.

As 11 nações que reúnem as piores condições, ou seja, maior parcela da população abaixo da linha da pobreza e mais vulnerabilidade climática, são: Bangladesh, República Democrática do Congo, Etiópia, Quênia, Madagascar, Nepal, Nigéria, Paquistão, Sudão do Sul, Sudão e Uganda.

O Brasil também é citado no relatório, aparecendo com “vulnerabilidade moderada” e sendo classificado como um “país a ser observado”. Segundo os pesquisadores, mais de um milhão de brasileiros viverão com menos de US$ 1,25 por dia em 2030, e estarão expostos a múltiplos perigos climáticos.

Camarões, Indonésia, Nicarágua, Vietnã, Botsuana e Costa do Marfim são alguns dos outros países na mesma categoria que o Brasil.

O que os pesquisadores argumentam é que a gestão de riscos climáticos deveria ser um componente fundamental nos esforços de redução da pobreza.

Assim, as metas de desenvolvimento das Nações Unidas para após 2015 precisam incluir os perigos das mudanças climáticas, já que uma das suas consequências é o aumento da frequência e intensidade dos fenômenos climáticos extremos.

“Se a comunidade internacional quiser realmente acabar com a pobreza extrema até 2030, então a gestão de riscos de desastres deve estar no centro das ações e receber financiamentos adequados”, disse Mitchell.

De acordo com a ODI, de cada US$ 100 que foram destinados para causas humanitárias na última década, apenas US$ 0,40 foram aplicados em redução de riscos de desastres.

Leia o relatório: The geography of poverty, disasters and climate extremes in 2030

Fonte: Mercado Ético

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