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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Nova tecnologia transforma poluição em plástico

E só pudéssemos parar de fabricar plástico a partir de petróleo e começássemos a produzi-lo a partir da poluição de carbono que circula pela atmosfera?


É uma ideia particularmente intrigante, exposta em um relatório do site de negócios sustentáveis Triple Pundit sobre uma empresa chamada Newlight Technologies. A missão da empresa, de acordo com o seu site, é substituir os plásticos feitos de petróleo pelos chamados “plásticos de ar” em uma escala global sem precedentes. Ao fazê-lo, a empresa espera “estabilizar e acabar com a mudança climática“.

O produto da Newlight, chamado AirCarbon, existe desde 2012. Mas apenas recentemente começou a ganhar mais atenção. No último mês, o USA Today noticiou a chegada do produto ao mercado americano e o CleanTechnica o louvou como uma alternativa ao oleoduto Keystone XL. Cadeiras, containeres de comida e peças de automóveis feitos deste plástico logo irão estar nas prateleiras. No próximo ano, o plástico será usado para fazer o revestimento dos celulares da Virgin Mobile.

Para criar os plásticos AirCarbon, a Newlight usa um processo que extrai moléculas de carbono do ar contendo gases estufa, tais como o dióxido de carbono e o metano, e as rearranja em “polímeros termoplásticos de cadeia longa” que a empresa diz equivalerem à performance dos plásticos feitos de petróleo. Embora este processo seja conhecido há algum tempo, nunca havia tido um custo-benefício suficiente para a produção – isto é, até que os fundadores Mark Herrema e Kenton Kimmel desenvolveram o que eles dizem ser “um biocatalizador dez vezes mais eficiente”, que levou mais de uma década para ser aperfeiçoado.

Capturar carbono do ar não é uma ideia nova. Foi apresentada pela primeira vez em uma publicação científica pela física da Columbia University, Klaus Lackner, em 1999. A ideia que cresceu e se tornou uma indústria aliada principalmente dos combustíveis fósseis. Ela surge na forma de tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês), o processo de capturar emissões de dióxido de carbono de grandes fontes pontuais e de armazená-lo sob o solo. A ideia da Newlight é similar. A empresa propõe ir às instalações de produção de combustíveis fósseis, aterros, fazendas – qualquer lugar que produza uma grande quantidade de metano – e usar a poluição para fazer plástico.
“Você será capaz de segurar o carbono na sua mão”, Herrema disse ao USA Today. “Nós realmente queremos mudar o mundo.”

Apesar do otimismo de profissionais da indústria e dos proprietários da Newlight, alguns cientistas e ambientalistas alertam que, embora seja uma novidade, os produtos da AirCarbon ajudarão pouco a resolver a crise climática global.

“Este é o tipo de coisa que soa bem, mas no fim das contas é praticamente inútil no esforço para combater a mudança climática”, Ken Caldeira, um cientista atmosférico do Carnegie Institution for Science’s Department of Global Ecology, disse ao Climate Progress. “Toda molécula que você captura precisa ser devolvida.”

De acordo com Caldeira, o processo que converte o dióxido de carbono (CO2) a carbono reduzido (C + O2) requer energia de combustão, efetivamente cancelando a energia economizada ao tirar o carbono da atmosfera. A combustão ainda usa uma grande quantidade de energia – pelo menos tanto quanto o esforço normal para fazer plásticos requer – mesmo se a energia for renovável. Então a questão permanece – por que usar a energia extra nisso, ao invés de alimentar a matriz com esta energia extra e queimar menos combustíveis fósseis?

“É muito mais fácil evitar emitir gás carbônico na atmosfera em primeiro lugar do que estragar a atmosfera e depois tentar limpá-la”, disse Caldeira.

O físico de Harvard David Keith disse a USA Today que o país simplesmente não consome plástico o suficiente para ser capaz de absorver as 15+ toneladas de dióxido de carbono emitidos per capita a cada ano nos Estados Unidos. “Isso não pode se tornar um contribuidor significante para solucionar o problema [climático]“, disse ele.

Ainda assim, mesmo se um plástico AirCarbon não puder solucionar a crise climática o editor da BuldingGreen products, Brent Ehrlich, disse que eles poderiam substituir muitos plásticos feitos de petróleo.
“Potencialmente, poderia ser um adicional”, disse ele. “É um passo na direção correta.”

Fonte: EcoDebate

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