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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Metade das florestas tropicais desapareceram, diz estudo

A humanidade conquistou um progresso impressionante nas últimas gerações: as pessoas vivem mais, menos crianças morrem, a extrema pobreza está diminuindo e o ensino e a educação estão pouco a pouco, se tornando direitos universais.


Todavia, na área ambiental, não há motivo para celebração. Estamos emitindo cada vez mais gases de efeito estufa e com isso o planeta está mais e mais quente.

O resultado direto deste comportamento é a perda irreparável de espécies da fauna e da flora e da degradação de diversos biomas.

O texto acima está no prefácio do relatório State of the Rainforest 2014, divulgado agora em setembro, na Noruega.

Esta é a terceira edição do documento, publicado pela Rainforest Foundation Norway, e que utiliza informações de organizações e comunidades locais do mundo todo para analisar as condições das florestas tropicais do planeta.

O relatório norueguês aponta, entretanto, divergências entre os números calculados por suas duas principais fontes, que utilizaram diferentes metodologias e tecnologias: o Global Forest Resources Assessment, elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), de 2010, e o levantamento da Universidade de Maryland, de 2013.

De acordo com o primeiro, 130 mil km² de florestas são perdidas por ano no planeta, a maior parte delas nos trópicos. Já a universidade americana afirma que seriam 92 mil km².

Mesmo não havendo consenso sobre o número exato, ambas instituições concordam que a destruição atingiu um nível alarmante.

Segundo os pesquisadores de Maryland, somente 1,1 milhão de km2 desapareceu entre os anos de 2000 e 2012.

Para efeito de comparação, seria o mesmo que três Noruegas tivessem simplesmente sumido do mapa.

Apesar de ocuparem apenas 6% da superfície terrestre, em regiões equatoriais da América, África, Sudeste da Ásia e Oceania, as florestas tropicais têm papel importantíssimo para a regulação do clima, o equilíbrio ambiental de biomas e a sobrevivência de muitas comunidades.

Mas a crescente destruição destas áreas continua, apesar do tema ter se tornado foco principal em várias discussões e encontros globais, e da ciência já ter provado a importância destes ecossistemas para a mitigação do aquecimento global.

No passado, as florestas tropicais cobriram cerca de 18 milhões de km² da superfície terrestre.

Atualmente, esta extensão foi reduzida à metade. Estes biomas são como um termômetro da saúde do planeta.

Estima-se que mais de 50% das plantas e animais terrestres vivam nestas regiões, ou seja, quase 1 milhão de espécies identificadas que têm as florestas tropicais como habitat.

Mas os cientistas acreditam que este número possa chegar a 5 ou 10 milhões – só na Amazônia foram descobertos 441 novos animais e plantas desde 2010.

“É a biblioteca biológica da Terra. A maior parte da informação dela ainda nem é conhecida pela ciência”, afirmou Dag Hareide, diretor executivo da Rainforest Foundation Norway. “Estamos queimando esta biblioteca”.

Além da perda de biodiversidade, as florestas contêm uma quantidade enorme de carbono armazenada.

A destruição delas gera emissões de CO2 iguais àquelas provocadas por todos os automóveis do mundo.

O relatório europeu afirma ainda que, a maior parte das perdas das florestas tropicais ocorreu nos últimos 50 e 60 anos.

O Brasil recebeu elogios, por ter sido o único a reduzir o desmatamento de forma significativa globalmente.

Nosso país e a Indonésia têm as duas maiores áreas de florestas tropicais do planeta, mas também aparecem entre os principais emissores de gases de efeito estufa no mundo.

Fazem parte do State of the Rainforest 2014 artigos de especialistas internacionais, entre eles, um assinado pelo engenheiro florestal brasileiro Tasso de Azevedo, curador do Blog do Clima, aqui no site Planeta Sustentável.

“Herói florestal, mas ainda campeão em desmatamento” é o título do texto de Azevedo, que afirma que a atual redução na taxa de destruição das florestas brasileiras se deve, entre outros fatores, ao retrocesso provocado pela aprovação do novo Código Florestal.

Segundo ele, há necessidade de demarcar mais áreas e reservas de proteção ambiental e incrementar políticas inovadoras, como foi feito no início dos anos 2000.

Por fim, o documento internacional enfatiza a urgência na redução dos índices de desmatamento. Entre as ações sugeridas estão fazer da proteção florestal uma das prioridades dos novos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem estabelecidos pelas Nações Unidas, em 2015, e proporcionar recompensas e estímulos reais aos países com florestas tropicais que investirem na proteção destes ecossistemas. 

Fonte: Planeta Sustentável

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