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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Robô com instinto animal é a nova conquista da inteligência artificial

A ficção nos acostumou com robôs rápidos, letais, indestrutíveis, capazes de ganhar consciência de si mesmos e escravizar seus criadores.


Mas a realidade da inteligência artificial é muito mais terrena, e talvez mais interessante para entender nosso cérebro. Uma das maiores limitações na hora de criar um robô com mente humana é a capacidade de planejar. É algo que permitiu que os humanos realizassem boa parte de suas conquistas como espécie e que também fazem muitos outros seres vivos, incluindo os micróbios em busca de alimento.

Ao contrário deles, qualquer robô do mundo, por mais inteligente que seja, é incapaz de prever algo inesperado que não tenha sido programado previamente em seu disco rígido. No mundo real, o Exterminador, um replicante de “Blade Runner” ou o cérebro cibernético de “Matrix” ficariam paralisados diante de uma simples avaria inesperada.

Por tudo isso, é importante o trabalho que uma equipe de pesquisadores em inteligência artificial da França e dos EUA acaba de realizar. Baseia-se em um “algoritmo evolutivo”, dizem eles, que permite selecionar a melhor estratégia com base em experiências previamente armazenadas. Quando esses robôs perdem uma pata ou uma de sua articulações é danificada, deixando-os inutilizados, esse algoritmo revê as melhores opções disponíveis e consegue, em menos de dois minutos, que o robô se adapte e continue realizando a tarefa para a qual foi criado. Na verdade, dizem seus criadores, são os primeiros robôs com algo parecido com o instinto animal.

Os pesquisadores apresentam na revista “Nature” dois desses robôs. Um é uma espécie de caranguejo com seis patas que se recupera de cinco tipos de defeitos em menos de dois minutos e é capaz de seguir seu caminho aos saltos, apesar de perder uma pata. O outro é um simples braço robótico capaz de continuar encestando uma bola apesar de sofrer 14 falhas diferentes.

Antes da avaria, os robôs haviam armazenado em seu cérebro informático milhares de movimentos possíveis que eram permitidos por seu corpo e pelo terreno no qual se moviam, o equivalente limitado à concepção do mundo que temos nós, humanos, e outros animais. Uma vez danificados, o algoritmo seleciona só os movimentos que têm sentido nesse momento e, depois de um processo de tentativa e erro que em alguns casos não chegava a um minuto, os robôs adaptavam seus movimentos para continuar funcionando.

Os responsáveis pelo estudo salientam que, embora o nível de complexidade dessas mentes robóticas seja infinitamente inferior ao de qualquer animal, o fundamento que usam para avaliar a situação e adaptar-se é semelhante. Esse tipo de inteligência artificial muito básica poderia ajudar no desenho de robôs capazes de sobreviver a avarias depois de catástrofes nucleares e melhorar os algoritmos que governam os carros sem motorista, apontam os autores.

Vida real – O trabalho foi possível graças à simplicidade dos robôs e do número limitado de opções que deveriam avaliar. De fato, seus criadores ainda não sabem se esse tipo de aprendizado poderá ser escalonado em máquinas mais complexas. Nem sequer falar de um arremedo do cérebro humano ou de qualquer outro animal, que funciona com “algoritmos” obtidos durante milhões de anos de evolução, como aponta em “Nature” Christoph Adami, da Universidade Estadual de Michigan. “Talvez seja o momento”, escreve em um comentário independente sobre o estudo, “de abandonar a ideia de que podemos desenhar cérebros e em seu lugar depositar nossas esperanças no potencial desses algoritmos evolutivos e adaptativos.”

Esse trabalho se destaca em um campo “em plena ascensão” conhecido como “deep learning”, ou aprendizagem profunda em inglês, explica Carlos Balaguer, diretor do Robotics Lab da Universidade Carlos 3º em Madri. “É uma tecnologia capaz de dotar um robô de imaginação”, indica. “Baseia-se em explorar uma grande quantidade de informação e permite que o robô aprenda uma nova tarefa para a qual não tinha sido programado”, explica. Na sua opinião, “o mais interessante do estudo é o problema que coloca”, pois é um objetivo de muitos outros grupos conseguir mentes artificiais que saibam aprender sozinhas e adaptar-se. Tudo isso permitiria dar mais um passo na tendência já consolidada de tirar os robôs das fábricas e colocá-los no imprevisível mundo da vida real. 

Fonte: UOL

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