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sexta-feira, 1 de junho de 2018

Poluição do ar em SP cai pela metade com greve dos caminhoneiros

Os dados preliminares do relatório da Cetesb mostram que a qualidade de ar na cidade aumentou com a diminuição de circulação de veículos.


A greve dos caminhoneiros gerou uma série de consequências – boas e ruins – para a população de todo o país. Algumas cidades estão sem abastecimento de água e comida, além da falta de combustível, em outros lugares as aulas foram suspensas. Em São Paulo o que surpreendeu, no entanto, foi a queda nos níveis de poluição na cidade.

De acordo com o relatório preliminar do diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), Paulo Saldiva, o nível de emissão de gases poluentes na cidade tinha caído pela metade no dia 28, sétimo dia da greve. O Sistema de Informações de Qualidade do Ar da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) indicou que o nível tinha caído pela metade em duas estações, a Ibirapuera, na zona sul, e a Cerqueira Cesar na região central.

Ainda de acordo com dados da Cetesb, a poluição atmosférica na capital tinha aumentado no início da greve, quando houve a liberação do rodízio de carros. Mas, conforme a falta de combustível foi aumentando e os carros foram deixados nas garagens, a qualidade do ar na cidade foi aumentando e no sétimo dia já era considerada boa em todas as estações de medição e para todos os poluentes analisados.

Políticas públicas

Saldiva disse que a greve gerou uma oportunidade única para coletar dados que podem ajudar analisar os custos reais da poluição para a saúde pública na cidade e que talvez esses dados sirvam de base para a criação de políticas públicas voltadas à esta situação.

Segundo ele, apesar de os dados terem mostrado queda de diversos poluentes na atmosfera, a mais marcante foi dos poluentes gerados diretamente pela emissão de veículos, que são o monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio. “Isso mostra que seria possível reduzir a poluição aos níveis recomendados pelos padrões de qualidade com base em transportes menos poluentes, como ônibus híbridos, elétricos, ou movidos a etanol”, afirmou o responsável pela análise em entrevista para o Estadão.

Saldiva ainda disse que em uma ocasião como essa é possível analisar a relação das pessoas com os automóveis, e que neste caso a maioria mostrou que pode ter uma relação mais saudável e menos dependente de carros, um conhecimento que pode causar maior impacto a longo prazo se políticas públicas forem adotadas para controlar o tráfego e a poluição na cidade.

Fonte: Ciclo Vivo

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