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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Violência contra os jovens: um desafio de todos nós!

Alguém já parou para pensar qual é o maior problema da juventude brasileira? Apesar de falarmos exaustivamente sobre a violência no trânsito, são os homicídios a principal causa de morte entre os brasileiros de 15 a 29 anos. Não foi por acaso que milhares de jovens foram às ruas em junho deste ano demonstrar indignação com (entre outros assuntos) a questão da violência/segurança pública.

De acordo com dados do Sistema de Informações de Mortalidade, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SIM/SVS/MS – 2010), os homicídios atingem especialmente jovens negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos.

Os números não deixam dúvidas. Mais da metade (53,3%) dos 49.932 assassinatos cometidos em 2010 no Brasil vitimaram jovens, dos quais 76,6% eram negros (pretos e pardos) e 91,3%, do sexo masculino. A baixa escolaridade também revelou-se uma regra entre as vidas perdidas. A maioria frequentou a escola entre quatro e sete anos.

Taxas de Homicídios

Levando-se em conta a década de 2000, é possível perceber ainda mais claramente a gravidade da situação. No período, o País perdeu 271.942 jovens vítimas de homicídios, o que representa número maior do que o de soldados americanos mortos nos oito anos de participação dos EUA na guerra do Vietnã.

Alagoas é o estado onde a violência é mais gritante, com 67 vítimas por 100 mil habitantes. A unidade da federação também é a primeira em taxas de homicídios contra negros (84,9%). Lá, suas mortes sãos 1846% mais frequentes do que as dos brancos. Em 2010, foram 2.086 vítimas de homicídio no estado, das quais 81% eram negras e, em sua maioria (62%), jovens.

SÃO DOIS JOVENS NEGROS ASSASSINADOS POR HORA

É como se toda semana caíssem dois aviões lotados de passageiros com esse perfil

A violência, em especial os homicídios, impede que parte significativa dos jovens brasileiros usufrua dos avanços sociais e econômicos alcançados na última década e revela, na quantidade de vidas jovens, um inesgotável potencial de talentos perdidos. Se levarmos para o contexto econômico, como aponta o estudo o IPEA (2013) “Custo da Juventude Perdida no Brasil”, as mortes prematuras em consequência da violência custam ao país cerca de R$ 79 bilhões a cada ano, o que equivale a 1,5% do PIB Nacional.

“A realidade dos dados expostos coloca em evidência mais um de nossos esquecimentos. Jovens só aparecem na consciência e na cena pública quando a crônica jornalística os tira do esquecimento para nos mostrar um delinquente, ou infrator, ou criminoso; seu envolvimento com o tráfico de drogas e armas, as brigas das torcidas organizadas ou nos bailes da periferia. Do esquecimento e da omissão passa-se, de forma fácil, à condenação, e dai medeia só um pequeno passo para a repressão e punição”

É neste cenário trágico que as manifestações levaram a opinião pública a refletir sobre as consequências deste fenômeno em nossa sociedade. Temos, portanto, a oportunidade histórica de enfrentar a violência, problematizando a sua banalização a partir da promoção dos direitos da juventude, apresentando ações voltadas para o fortalecimento da trajetória dos jovens e transformação dos territórios. Mas como?

Para avançarmos no enfrentamento à violência é preciso promover os valores da igualdade e da não discriminação, ações de prevenção que visam reduzir a vulnerabilidade dos jovens a situações de violência física e simbólica (racismo), a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia; da oferta de equipamentos, serviços públicos e espaços de convivência em territórios que concentram altos índices de homicídio; e do aprimoramento da atuação do Estado por meio do enfrentamento ao racismo institucional e da sensibilização de agentes públicos para o problema.

Para cumprir esse papel, foi criado o Plano Juventude Viva, ação governamental, que em diálogo com a sociedade civil e governos locais, tem como eixos-chave: a Desconstrução da Cultura de Violência; Inclusão, Oportunidades e Garantia de Direitos; Transformação de territórios; e o Aperfeiçoamento institucional. O Plano se une a diversas ações praticas da sociedade civil no enfretamento à violência, como a exitosa ação Londrina Pazeando.

Precisamos agir rápido. Este é um desafio de todos nós! Afinal: A história de um grande país só pode ser escrita com sua Juventude Viva.

Fonte: Mercado Ético

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