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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Proibição de CFCs pode ter freado aquecimento, diz estudo

Um novo estudo sugere que a proibição do uso de gases que destroem a camada de ozônio pode ter tido um impacto no clima do planeta.


Esses compostos químicos têm origem em substâncias chamadas clorofluorocarbonetos (CFCs), que começaram a ser usados no século passado em vários produtos, incluindo sprays e refrigeradores, e ajudaram a aumentar o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica.

E esses mesmos elementos químicos também causam o efeito estufa. Agora, o novo estudo, publicado na revista especializada “Nature Geoscience”, liga a proibição do uso dos CFCs a uma “pausa” ou desaceleração no aumento das temperaturas desde o meio da década de 1990.

O hiato ou paralisação no aumento das temperaturas globais, observado desde 1998, gera debates intensos entre cientistas e já foi usado por alguns setores como um importante argumento para mostrar que há um exagero no impacto do aquecimento global.

Teorias e argumentos- Várias teorias foram apresentadas para explicar como o aumento das emissões de CO2 e outros gases não se refletiu nas temperaturas desde o fim da década de 1990.

Agora, essa pesquisa afirma que a desaceleração no aquecimento pode ter sido causada pelas tentativas de proteger a camada de ozônio. Os cientistas da Universidade Nacional Autonôma do México e do Instituto para Estudos Ambientais da Universidade de Vrije, em Amsterdã, Holanda, fizeram uma análise estatística da conexão entre o aumento das temperaturas e as taxas de concentração de gases de efeito estufa na atmosfera entre 1880 e 2010.

Os autores concluíram que as mudanças nos níveis de aquecimento podem ser atribuídas a ações humanas específicas que afetaram as concentrações de gases de efeito estufa. Os pesquisadores ainda conseguiram mostrar que, quando as emissões foram reduzidas durante as duas guerras mundiais do século 20 e a Grande Depressão, o aumento nas temperaturas também parou.

Os cientistas argumentam também que a introdução do Protocolo de Montreal, originalmente assinado em 1987 por 46 países, teve um impacto nas temperaturas do planeta. O tratado eliminou gradualmente o uso dos clorofluorcarbonetos.

Mas a utilização dos CFCs não estavam apenas danificando a camada de ozônio: esses gases também tinham um impacto no aquecimento global, pois são 10 mil vezes mais poderosos que o dióxido de carbono (CO2) e podem durar até cem anos na atmosfera terrestre.

A proibição desses compostos foi um fator crítico na desaceleração do aquecimento, segundo os pesquisadores.

“Nossa análise sugere que a redução nas emissões de substâncias que destroem o ozônio, seguindo o Protocolo de Montreal, assim como a redução nas emissões de metano, contribuíram para diminuir a taxa de aquecimento desde 1990″, escreveram os autores.

Comentando a pesquisa, Felix Pretis e o professor Myles Allen, da Universidade de Oxford, sugerem que a proibição do uso dos CFCs não deve ser totalmente responsável pela desaceleração no aquecimento, mas reconhecem que a medida fez diferença.

“O impacto dessa mudança é pequeno, mas não é insignificante: sem a redução nas emissões de CFCs, as temperaturas hoje poderiam estar quase 0,1° C mais altas do que estão”, afirmaram. 

Fonte: G1

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