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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Filhos de pais casados são mais bem sucedidos

Na alegria e tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe. O discurso é bonito, mas nem sempre é o acontece. Segundo dados da última pesquisa Estatística do Registro Civil, realizada pelo IBGE, o Brasil teve, em 2011, 351.153 divórcios, o que aponta um crescimento de 45,6% em relação a 2010. Entretanto, mais do que um problema de afetos e de estabilidade emocional, os filhos de pais separados podem ter menos chance de se formarem no ensino médio ou na universidade e, consequentemente, de serem bem sucedidos.

Os dados, que são fruto de uma pesquisa realizada pelo Home Economic Project – iniciativa do American Entreprise Institute e o Instituto para Estudos Familiares –, indicam que os adolescentes que crescem em lares intactos, ou seja, em que os pais vivem juntos, são significativamente mais propensos a ter sucesso educacional. Mais precisamente, os jovens que são criados por seus pais têm até 44% mais chances de ter um diploma na faculdade, o que está direta ou indiretamente ligado a melhores oportunidades de trabalho, menores probabilidades de desemprego e um salário maior ao longo da vida.

E esses benefícios podem ser ainda maiores para as famílias mais pobres, nas quais a mãe não tem um diploma universitário. Entre essas famílias, os jovens cujos pais se mantém casados ganham cerca de US$ 4 mil a mais do que seus pares de famílias cujos pais se divorciaram. Essa associação entre famílias intactas e renda, entretanto, já não é tão significativa para os jovens cujos pais possuem diploma de ensino superior.

No Brasil, essa relação entre estabilidade familiar e sucesso nos estudos também é realidade, segundo apontou levantamento realizado pelo Instituto Glia –transformado em cartilha para ajudar o educador a lidar com situações como esta –, que acompanhou 5.961 estudantes, crianças e adolescentes brasileiros. Segundo os dados, jovens com pais separados têm um risco 46% maior de ter baixo desempenho escolar. O texto diz ainda que essa situação reflete na saúde mental da criança, que pode se tornar mais inquieta e distraída, inconstante no humor e ter mais dificuldade em se relacionar e enfrentar novas situações.

Um outro estudo recente realizado pelas universidades de Harvard e Berkeley, nos EUA, descobriu que o casamento estável pode ter impacto econômico não só na vida dos jovens, mas para toda a cidade. Entre os dados levantados na pesquisa está a descoberta de que o mais importante preditor de mobilidade econômica é a baixa porcentagem de mães solteiras em uma comunidade. Prova disso está no fato de que essa maior mobilidade para crianças de baixa renda foi encontrada na região metropolitana de Salt Lake City, região com uma das menores taxas de mães que criam seus filhos sozinhas.

O economista do MIT John Gruber, que estudou os efeitos do divórcio nos rendimentos das pessoas ao longo da vida, descobriu que “as crianças que são expostas aos efeitos da separação têm menos acesso a educação, possuem menor renda familiar, se casam mais cedo, mas se separam com mais frequência, e tem mais tendência ao suicídio”.

Fonte: Mercado Ético

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