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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Teste de olfato ajuda a prever expectativa de vida

Medir o olfato das pessoas na velhice pode ajudar médicos a prever qual é a expectativa de vida dos pacientes, sugere um estudo da Universidade de Chicago.


A pesquisa publicada na revista científica online PLOS One descobriu que 39% dos 3 mil adultos que apresentaram o sentido do olfato menos eficiente morreram nos cinco anos anos seguintes.

Em comparação, o mesmo ocorreu com apenas 10% daqueles capazes de identificar odores corretamente.

Os cientistas dizem, porém, que a perda de olfato não causa a morte.

Mas este pode ser um sinal de alerta para que qualquer pessoa com problemas neste sentido por muito tempo procure um médico.

Cinco odores – No estudo, pesquisadores pediram a uma amostra representativa de adultos com idades entre 57 e 85 anos para participar de um rápido teste de cheiro.

A avaliação envolveu a identificação de odores distintos, disponíveis em canetas hidrográficas impregnadas por diferentes cheiros, como hortelã, peixe, laranja, rosa e couro.

Cinco anos mais tarde, cerca de 39% dos adultos que tiveram as notas mais baixas (4 a 5 erros) havia morrido, em comparação a 19% dos que tiveram uma perda de olfato moderada e com apenas 10% daqueles com um senso de cheiro saudável (um ou nenhum erro).

E, apesar de considerar idade, nutrição, tabagismo, pobreza e saúde, os pesquisadores descobriram que aqueles com o sentido do olfato mais pobre ainda permaneciam no grupo de maior risco.

‘Prenúncio’ – “Achamos que a perda do sentido do olfato não causa diretamente a morte, mas é um prenúncio, um sistema de alerta que mostra que o dano pode ter sido feito”, disse o cientista-chefe da pesquisa, Jayant Pinto.

“Nossas descobertas podem fornecer um teste clínico útil, uma maneira rápida de baixo custo capaz de identificar pacientes de maior risco”.

Ainda não está claro como a perda de olfato contribui exatamente para a expectativa de vida , mas os pesquisadores apresentaram uma série de possíveis razões.

Eles dizem que uma capacidade reduzida de detectar odores pode sinalizar menos regeneração ou reparação de células do corpo em geral.

Isso poeque um senso de olfato saudável depende em parte de um volume de troca contínua das células que revestem o nariz.

Assim, uma sensação de piora no olfato pode servir como um espelho para a exposição de toda uma vida à poluição e a bactérias.

Os pesquisadores agora fazem investigações adicionais para entender as razões por trás desta ligação entre olfato e expectativa de vida.

‘Interface’ – “O sentido do olfato é um pouco subestimado, embora desempenhe um papel muito importante na vida cotidiana”, disse Pinto.

“Mas não queremos que as pessoas entrem em pânico. Um forte resfriado, alergias e problemas de sinusite também podem afetar o olfato.”

A redução do olfato nestes casos só devem ser motivo de preocupação, explica o cientista, se o problema persistir.

“Talvez, este estudo mostre que precisamos começar a prestar mais atenção à saúde sensorial.”

O professor Tim Jacob, da Universidade de Cardiff, que não esteve envolvido na pesquisa, afirma:

“Este estudo foi bem conduzido e sugere que o sentido do olfato está intimamente ligado à saúde e ao bem-estar. O cheiro está na interface entre fisiologia e psicologia, que é um campo de batalha de interações recíprocas.”

“Por exemplo, a perda de olfato pode resultar em depressão, e a depressão pode resultar em alterações na capacidade de sentir cheiros.” 

Fonte: Terra

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