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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Entrevista Porto Gente

A jornalista Vera Gasparetto, que conhece e se interessa pela questão ambiental entrevistou-me em fevereiro de 2011 sobre os problemas advindos da falta de balneabilidade nas praias catarinenses... Provavelmente, um relatório da FATMA, à época, confirmava o que tentávamos levar ao conhecimento da mídia: o descaso da Administração Pública com o tratamento de esgoto.


terça-feira, 1 de março de 2011

Entrevista: Ana Echevenguá, do Instituto Eco&Ação 

 “Estão matando a galinha dos ovos de ouro”, reclama ambientalista sobre poluição no litoral catarinense 

Vera Gasparetto
de Florianópolis/SC

Portogente repercutiu com Ana Echevenguá, advogada ambientalista e coordenadora do Instituto Eco&Ação, a situação da balneabilidade das praias do litoral de Santa Catarina, mais especificamente de Florianópolis, e o papel do poder público em pensar políticas públicas sobre o turismo. “Estão matando as galinhas dos ovos de ouro”, diz ela.


Portogente – Qual a sua opinião sobre as políticas públicas de turismo em Florianópolis nesse momento de alta temporada?

Ana Echevenguá - Não consigo vislumbrar qualquer política pública nesse sentido. Vejo investimento em publicidade para chamamento do turista, mas não investimento em infraestrutura básica para recepcionar o turista.


Portogente – Na sua visão estão corretas as prioridades da gestão do turismo em Florianópolis?

A prioridade do turista, e também do nativo, é a saúde, a qualidade de vida. Após a enchente de janeiro de 2011, Canasvieiras (Norte da Ilha) teve 15 mil atendimentos médicos devido à virose provocada pela água imprópria para banho, diagnosticada nos seis pontos monitorados pela FATMA.
O turista vem pra cá e quer sombra e água fresca... Cortaram nossas árvores e poluíram a água. Estão matando a galinha dos ovos de ouro.

Portogente – Sobre o turismo e a situação da balneabilidade das praias de Florianópolis, quais deveriam ser as providências do poder público?

Eu vejo isso como um caso de saúde pública que exigiria a interdição das praias impróprias para banho. Temos um documento público, elaborado por um órgão estatal comprovando a falta de balneabilidade da praia. Esta é prova suficiente para impedir o acesso a ela. Mas, ao contrário, ainda chamam mais pessoas, com propaganda enganosa, para ocuparem esse espaço insalubre. Então, curto prazo: rescindir o contrato com a Casan e provocar um processo de licitação. Médio prazo: começar a despoluição da água e solo. Longo prazo: investir em educação ambiental para que cada contribuinte seja fiscal do saneamento básico.

Portogente – Qual deve ser o papel do movimento ambiental para buscar o equilíbrio entre turismo e meio ambiente?

A indústria do turismo, assim como qualquer outra, deve agir pautada pelas regras da sustentabilidade, porque o meio ambiente é nosso, é de todos. O movimento ambiental, como a sociedade civil, deve se organizar para exigir o seu direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado porque este garante a nossa sadia qualidade de vida.

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