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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Manejo da floresta garante produção sustentável de açaí no Pará

O maior polo de produção de açaí do Brasil fica no estuário do rio Tocantins, no Pará. Uma região com centenas de ilhas. A atividade na região, que é sustentável, garante alimento e renda para milhares de famílias de ribeirinhos.


O maior e mais famoso mercado popular da Amazônia, o Ver-o-Peso, em Belém, capital do Pará, atrai milhares de pessoas em busca peixes, ervas, temperos, artesanato, frutos da floresta. Além de fazer compras de tudo o que é tipo de produto da região, muita gente aproveita a visita, para saborear um dos alimentos mais populares no Pará e em toda a Amazônia: o açaí na tigela, também conhecido como vinho de açaí. Um suco grosso que é feito com a polpa da fruta.

Além de ser um essencial na Amazônia, nos últimos anos, o açaí se também tornou conhecido pelo país afora. O suco cremoso, escuro, é cada vez mais consumido nas casas, lanchonetes, academias de ginástica, bancas de frutas, em várias regiões do Brasil. A grande maioria do açaí é nativo, extraído da floresta.

No Pará, o principal polo de produção se localiza em ilhas no Baixo Tocantins. Com cerca de 50 mil moradores, o arquipélago se estende por municípios como Cametá, Limoeiro do Ajuru, Baião e Mocajuba. Na Ilha de Paruru, os ribeirinhos vivem principalmente da pesca, de programas sociais como o Bolsa Família e da extração do açaí nativo.

As ilhas da região têm poucas áreas de terra firme. A maior parte do terreno é de várzeas e áreas baixas, sujeitas a alagamento. A vegetação das ilhas não conta com árvores imensas, como nas matas de terra firme. Entre as espécies aproveitadas pelos ribeirinhos estão a seringueira e frutos como cacau e buriti, mas quem domina o cenário são as palmeiras.

Com nome científico, euterpe oleracea, o tipo de açaí é o mais comum nas regiões de várzea da Amazônia. A palmeira se desenvolve em touceiras, com vários caules, tecnicamente chamados de estipes.

Além dos frutos, que são a principal fonte de renda da região, o açaizeiro também dá um palmito, que gera um ganho complementa. Para melhorar a produtividade das palmeiras, as famílias adotam um manejo simples.

Uma ou duas vezes por ano, capinam a área, para reduzir a concorrência com o mato. Outro manejo comum é o replantio: para garantir uma boa distribuição de plantas no terreno, os produtores retiram algumas brotações de áreas mais adensadas e replantam as mudinhas em lugares com menos açaí.

Qualquer serviço na mata só pode ser feito nas horas de seca. Afinal, na região das ilhas, o rio Tocantins sobe duas vezes por dia. E, nessas horas, boa parte da floresta fica alagada.

As cheias ocorrem duas vezes por dia porque as ilhas do Baixo Tocantins estão próximas do oceano e sofrem influência das marés. Quando o nível do mar sobe, o leito do rio também se eleva, o que pode trazer certos bichos para floresta. 

Fonte: G1

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