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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Com tempo quente e seco, Brasil tem 65% a mais de queimadas em 2016, alerta Inpe

Tempo quente e seco pode agravar a situação se as ações de fiscalização não forem intensificadas. Focos de incêndio já triplicaram no Acre, onde a estiagem pode levar o rio ao nível mais baixo da história.


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, registrou, até 5 de agosto, mais de 53 mil focos de queimadas e incêndios florestais no país, o que representa um aumento de 65% em relação ao mesmo período do ano passado. O Acre apresenta uma das situações mais graves, com 844 focos – três vezes mais que 2015. No Amazonas, foram registrados até agora 3.022 registros de queimadas, um crescimento de 284% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números são do Programa de Monitoramento de Queimadas e Incêndios Florestais do Inpe.

Segundo o coordenador do programa, Alberto Setzer, o país está no início da temporada de queimadas, que atinge o pico em setembro. Ele alerta para a necessidade de intensificar a fiscalização para evitar que a população coloque fogo na vegetação nesta época do ano – a ação do homem, aliada ao tempo quente e seco, é uma das principais causas dos incêndios florestais.

“Como estamos no início da temporada de queimadas, ainda não sabemos como ser este ano. Tudo vai depender de como vai ser a fiscalização, porque, do ponto de vista do clima, a situação está muito difícil”, diz o pesquisador.

Acre

Segundo o Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do MCTIC, a seca que atinge o sudoeste da Amazônia, especialmente o Acre, deve se agravar ainda mais nos próximos meses. O rio Acre deve atingir o mais baixo nível histórico (entre 1,20m e 1,30m) e impactar a navegação e o abastecimento de comunidades ribeirinhas. O levantamento é válido para os meses de agosto, setembro e outubro deste ano.

Desde março, o volume de chuvas é deficitário na região, em parte por conta do El Niño, que começou no outono do ano passado. O fenômeno está associado ao aquecimento das águas do Oceano Pacífico equatorial, alterando os ventos em boa parte do planeta e o regime de chuvas. Na região Norte, leva à seca. A partir de junho, o La Niña, fenômeno oposto, começou a se desenvolver de forma fraca

Fonte: EcoDebate

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