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terça-feira, 30 de junho de 2015

Brasil, China, Índia e África do Sul exigem verba por mudança climática

Brasil, China, Índia e África do Sul manifestaram neste domingo (28) na ONU que estão decepcionados com os países ricos pela incapacidade de não manter seus compromissos de ajuda às nações pobres para combater o aquecimento global.

Ministros e negociadores desses quatro países se reuniram em Nova York em preparação para a Conferência Mundial sobre o Clima, a COP 21, que acontece em dezembro, em Paris.

Em um comunicado conjunto, os representantes do grupo Brics (mas sem a Rússia) expressaram sua “decepção frente à constante ausência de um plano de ação claro para que os países desenvolvidos aportem US$ 100 bilhões anuais até 2020 e para que aumentem substantivamente seu apoio financeiro depois dessa data”.

Em 2010, os países desenvolvidos concordaram em mobilizar esse montante nesse período para ajudar os países pobres a se adaptarem ao impacto da mudança climática e reduzir suas emissões poluentes. Esses compromissos caíram, porém, para cerca de US$ 70 bilhões anuais, de acordo com o Banco Mundial.

Medo do fracasso – A ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que os quatro países se comprometem a trabalhar duro para evitar que se repita o fracasso da última conferência do clima, realizada em Copenhague, em 2009. “Não podemos adiar essa agenda, esse acordo”, frisou.

Já o enviado da China para o tema, Xie Zhenhua, comentou que “ainda há expectativas e espero que os países desenvolvidos possam honrar seus compromissos antes do encontro em Paris”.

O negociador-chefe da Índia, Ravi Prasad, destacou que os países desenvolvidos devem compartilhar suas tecnologias de energia limpa com as nações pobres para que elas possam embarcar nos esforços globais de combate à mudança climática.
“Se não receberem um fluxo de apoio tecnológico, para muitos países em desenvolvimento e economias pobres será impossível percorrer esse caminho no futuro próximo”, alegou Prasad.

“Adaptar-se requer muito dinheiro”, afirmou a ministra sul-africana de Meio Ambiente, Edna Molewa.

O que está em jogo? – Segundo um painel internacional de cientistas ligado à ONU, o IPCC, é preciso diminuir entre 40% e 70% do total de gases lançados até 2050 e zerar essa taxa até 2100.
Somente assim é que será possível conter o aumento da temperatura global em 2ºC até o final deste século.
Gases-estufa como o dióxido de carbono (CO2) são liberados principalmente na queima de combustíveis fósseis, mas também com o desmatamento e outras atividades humanas.

Caso isso não seja reduzido, segundo o IPCC, fenômenos extremos como secas, enchentes, degelo dos polos e aumento do nível dos mares serão mais frequentes. A temperatura média da Terra já subiu 0,85ºC com relação à era pré-industrial.

Por causa disso, países tentam negociar um acordo global para frear as emissões e que obrigue ações de todos os governos, principalmente de nações desenvolvidas, historicamente responsáveis pela maior parte dos gases já lançados na atmosfera.

Fonte: G1

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