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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Cientistas descobrem vírus gigante no Rio Negro e o batizam de ‘Samba’

Um grupo de pesquisadores identificou um vírus gigante na Amazônia, batizado de Samba (SMBV). Trata-se do maior vírus isolado no país, possuindo um dos maiores genomas de sua família, os mimivírus. O achado foi publicado na revista científica “Virology Journal”.


A descoberta do vírus, que habita as amebas, ocorreu a partir de uma expedição conduzida em 2011 que tinha o objetivo específico de buscar vírus gigantes. Ao todo, 35 amostras de água foram coletadas no Rio Negro ao longo de uma rota de 65 quilômetros a partir de Manaus.

Segundo o cientista Jônatas Abrahão, esse trabalho de prospecção procurou provar que os vírus gigantes, ou mimivírus, estão em todos os ambientes. “Onde há matéria orgânica, como lagoas, há amebas. E amebas podem conter vírus gigantes”, diz o pesquisador, em nota divulgada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O primeiro vírus gigante já descoberto – o Acanthamoeba polyphaga mimivirus (APMV) – foi observado pela primeira vez em 1992, mas foi um estudo publicado em 2003 que o caracterizou como um vírus gigante.

Esse tipo de vírus desperta interesse principalmente pela complexidade de seu genoma. No caso do vírus Samba, seu genoma apresenta 50 mil pares de bases a mais do que o do APMV, que possui no total 1,2 milhões de pares de bases.

A família dos mimivírus também é investigada por seu possível papel em infecções respiratórias em unidades de internação hospitalar. Eles podem estar envolvidos, por exemplo, nos casos de pneumonia com causa desconhecida.

Vírus que infecta vírus – Junto ao vírus Samba, os cientistas também identificaram um vírus menor, batizado de Rio Negro, que atua como um parasita do vírus gigante.

Segundo Abrahão, a hipótese é que o vírus Rio Negro seja um virófago que tem o papel de controlar a expansão do vírus Samba. “Se houvesse vírus gigantes afetando amebas, livremente e de forma intensa, estas poderiam se extinguir localmente, e os vírus gigantes desapareceriam, por falta de hospedeiro”, diz Abrahão.

O estudo foi desenvolvido por pesquisadores da UFMG e da Universidade Aix-Marseille, na França. 

Fonte: G1

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