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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Piracicaba/SP começa a liberar 1 milhão de Aedes transgênico por semana

Piracicaba (SP) iniciou, nesta quinta-feira (30), a primeira fase de liberação do Aedes Aegypti transgênico, que não pica e nem transmite a dengue, para reduzir o número de transmissores da doença.


A cidade é a primeira do estado de São Paulo a utilizar a técnica, que é aplicada no bairro Cecap, onde há maior incidência de casos. Serão soltos 1 milhão de filhotes machos produzidos em laboratório por semana e a previsão da Prefeitura é de que, em cinco meses, o projeto consiga reduzir até 80% dos mosquitos.

Segundo a Secretaria de Saúde, o município está com 977 casos de dengue e o Cecap é o bairro com maior número de registros. De acordo com a Oxitec do Brasil, empresa responsável pela implantação do projeto, o “Aedes do Bem” vai afetar uma área de 54 hectares – aproximadamente igual a 65 campos de futebol – e uma população de 5,5 mil pessoas.

O supervisor da Oxitec, Guilherme Trivelatto, afirmou que a liberação será feita em dez meses e, conforme o número de mosquitos transmissores da dengue forem diminuindo, a empresa também vai reduzir o número de Aedes transgênicos. “Temos que acompanhar a curva, em cinco meses, esperamos que o número de mosquitos diminuam , e aí vamos parar de soltar um milhão por semana também”, afirmou.

De acordo com a Prefeitura, nesta quinta foram liberados 100 mil mosquitos em uma cerimônia simbólica que contou com a presença de moradores do bairro. A Secretaria de Saúde admitiu ainda a possibilidade de entrar em epidemia de dengue, já que atualmente a cidade está com quase 300 casos para 100 mil habitantes, índice que caracteriza a situação endêmica e o estado de emergência.

O projeto, anteriormente previsto para o dia 20 de abril, havia sido adiado por conta do inquérito aberto pelo Ministério Público, que pediu a suspensão do mosquito transgênico. No entanto, após a administração municipal e a Oxitec apresentaram a defesa, a Promotoria assinou um TAC com o Executivo e permitiu a soltura.

Liberação do MP – O Ministério Público (MP) liberou a soltura de Aedes Aegypti geneticamente modificados como forma de combate ao mosquito da dengue em Piracicaba no dia 15 de abril, mas determinou que a Prefeitura e a empresa criadora do “Aedes do Bem” sigam regras. Uma delas é que não poderá ser proibido uso de inseticidas e das nebulizações que matarão o inseto transgênico.

Em março, a promotora Maria Christina Marton Correia de Freitas pediu que a administração suspendesse os planos para liberação dos mosquitos modificados. A intervenção do MP ocorreu após uma representação do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), que solicitava garantias de que os “Aedes transgênicos” não representariam riscos à saúde pública e à natureza.

As exigências feitas pelo MP estão em um TAC que foi assinado pela Prefeitura, a Oxitec e a Promotoria de Justiça. Com isso, até 1 milhão de mosquitos transgênicos serão soltos no bairro com maior incidência de dengue em Piracicaba.

A Oxitec informou que já investiu cerca de R$ 100 milhões em pesquisas e infraestrutura da empresa para viabilizar a produção do mosquito “do bem”. A Prefeitura de Piracicaba contratou o projeto por R$ 150 mil e diz que gasta ao menos R$ 6 milhões por ano com outras ações de combate à doença.

O mosquito transgênico vive de 2 a 4 dias. Para que não cheguem à fase adulta, eles são criados com uma disfunção genética. No dia 24 de março, a Câmara de Vereadores de Piracicaba sediou uma audiência pública para discutir o lançamento do mosquito Aedes aegypti geneticamente modificado. O projeto dividiu opiniões entre os moradores do município, que lotaram o plenário para se manifestar a favor e contra o método. 

Fonte: G1

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