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terça-feira, 5 de maio de 2015

Secretário mergulha na Baía de Guanabara em defesa de competições

André Corrêa quer provar que as competições de vela das Olimpíadas de 2016 podem acontecer no local.


Um desafio extremo: o secretário de Ambiente do Rio de Janeiro se propõe a mergulhar na Baía de Guanabara para provar que as competições de vela das Olimpíadas de 2016 podem acontecer no local. A Federação Internacional de Vela já disse que quer que as provas sejam disputadas em outro lugar.

Dia de luz e um barquinho a deslizar pela Baía de Guanabara. A bordo, o secretário Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, André Corrêa. Ele quer provar que a poluição no local não é tão grande quanto o Fantástico mostrou na semana passada. Para isso, ele diz que vai mergulhar na água.

O barquinho vai e já se vê pelo caminho sinais de sujeira. Mas não vai ser no local que o secretário vai nadar. Ele escolheu um ponto específico. E para entender o motivo o Fantástico foi até o alto do Corcovado, junto com o oceanógrafo David Zee aos pés do Cristo, no feriado de 1º de Maio.

O Fantástico foi até o local para ter uma boa visão da Baía de Guanabara inteira. Desde a entrada dela, que a gente vai chamar de boca da Baía de Guanabara, até lá no final onde fica o fundo da Baía. Esta é a área mais suja.

“Porque os rios estão drenando uma grande quantidade de esgotos. Resíduos que a cidade não conseguiu tratar”, destaca o oceanógrafo.

Mas no meio da Baía existe uma fenda por onde a água do mar circula. Essa área, às vezes, fica mais limpa do que todo o resto. Mesmo com as 100 toneladas de lixo diárias e os 8 mil e 200 litros de esgoto por segundo que chegam à Baía. Quando a maré está enchendo, entra água limpa do oceano pela boca da Baía. E as condições melhoram. Agora, quando a maré está baixando, a água sai da Baía e traz todo o lixo e esgoto que vêm lá do fundo dela.

“As condições da agua numa maré vazante não são boas.
Na hora da maré enchente a agua se transforma. Fica uma água límpida e espetacular”, destaca o oceanógrafo.

O secretário marcou para mergulhar bem na hora em que a maré está enchendo. E bem onde a água entra na baía. Ou seja, nas melhores condições possíveis. Do Cristo, a gente consegue ver onde serão as raias Olímpicas.

“A gente tem três raias olímpicas. Três locais dentro da Baía de Guanabara. E a gente tem mais duas raias do lado de fora”, diz o oceanógrafo.

Fantástico: Semana passada no Fantástico, o vice-presidente da Federação Internacional de Vela falou que se a qualidade da água não estivesse boa a ideia seria tirar as raias de dentro da Baía e colocar na boca. Isso resolveria o problema?

David Zee: Seria uma atitude mais segura.
Fantástico: Mas a gente teria que contar com a sorte?
David Zee: Sem dúvida nenhuma. Se nós tivermos uma prova logo depois de uma grande chuva e uma maré vazante, sem dúvida nenhuma o risco de encontrar esses problemas de lixo, resíduo, esgoto, é muito grande.

Desse ponto sairão os 324 atletas de 34 países, em 250 embarcações.

“Isso aqui é a Marina da Glória. Mas infelizmente a verdade hoje é uma latrina, a “Latrina da Glória”. Porque tem várias galerias de aguas pluviais, aguas de chuva, que são utilizadas como rede de esgoto”, explica o biólogo Mário Moscatelli.

O secretário admite que a Marina da Glória é sujeira pura. Mas ele garante que a qualidade das outras quatro raias olímpicas é boa.

“Temos um outro gráfico desde 2010. Essa linhazinha vermelha aqui significa água para contato primário. Ou seja: para mergulhar”, explica o secretário.

O secretário André Corrêa então se prepara e cumpre o prometido.

“Aqui dá para mergulhar igual Ipanema, igual lá na Barra. Como eu disse o desafio é o lixo flutuante. Esse é o desafio que nós vamos enfrentar porque lixo zero em nenhuma baía a gente consegue”, diz o secretário.

“É um ato político.Eu particularmente não mergulharia", diz Mário Moscatelli.

Fantástico: Que tipo de doença alguém que entra na agua da Baía de Guanabara hoje pode pegar?

Alberto Chebabo, infectologista: As doenças mais comuns são hepatite a (transmitida principalmente pelo esgoto) e doenças diarreicas.

Pouca gente se arrisca a mergulhar nas praias dessa ilha que parece que parou no tempo. Paquetá é só uma das 16 que são abraçadas pela Baía de Guanabara.

“Quem vem passear em uma ilha a expectativa é tomar um banho de mar. E isso no local fica bastante prejudicado”, diz a comerciante Regina Linhares.

O restaurante de Regina poderia estar cheio agora. Um levantamento do Instituto Trata Brasil concluiu que se a Baía de Guanabara fosse limpa poderia gerar mais de 50 mil empregos. E os ganhos de renda com o turismo poderiam ultrapassar R$ 51 milhões por ano.

“A questão importante é que no momento da imagem de uma medalha de ouro, mesmo o Brasil ganhando uma medalha de ouro, e se a gente não conseguir mostrar condições boas na Baía de Guanabara isso vai deprimir muito isso”, diz o secretário.

Fonte: G1

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