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terça-feira, 14 de março de 2017

Cemitérios públicos em Maceió: uma crônica de mais de uma década sem ação efetiva e só paliativos

Desde 2012 que chamo atenção para a questão da lotação dos cemitérios públicos de Maceió aqui no CadaMinuto. Antes disto, quando meu blog era no Alagoas24Horas, também chamei atenção para o tema mostrando o descaso da gestão pública com esta questão. Falei da situação quando o prefeito era o atual deputado federal Cícero Almeida (PMDB). Falei da questão com o atual prefeito Rui Palmeira (PSDB).


Almeida não apresentou resposta para a questão como deveria. Kátia Born (PSB) – que antecedeu Almeida, já não havia apresentado – e Rui Palmeira vai no mesmo caminho. Resultado? A crônica de sempre e os paliativos de sempre para lá na frente o problema estourar novamente.

Na época da gestão de Almeida, o então ex-superintendente de Controle e Convívio Urbano, Edinaldo Marques, encaminhou documento ao ex-prefeito alertando que era urgente se viabilizar uma saída para o problema. Sabe de quando é esta urgência? De 2005. Agora questionem o que foi feito de lá até esta data. A resposta: meros paliativos. Por isto que o problema sempre retorna.

Em 2012, aqui no CadaMinuto, conversei mais uma vez com Edinaldo Marques (ele já não mais era superintendente), mas falei com ele para confirmar a situação. Eis que ele mais uma vez reafirmou que esta foi uma das questões levantadas por ele quando comandou a SMCCU.

Ele me disse, naquele momento, o seguinte: “Em 2005, quando estava na Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano, identifiquei a necessidade de novo cemitério e encaminhei o processo ao gabinete (do prefeito)”.

 “Houve falha de visão em 2005 ou existiram outras prioridades que impediram o planejamento de novos cemitérios em Maceió. Naquele ano, o que fizemos para minimizar a situação foram obras (gavetas) nos cemitérios de Maceió, principalmente o São José”, colocou.

“Quando detectei a necessidade, trabalhei muito nesse sentido, mas não consegui”, disse ainda. Edinaldo Marques ainda complementa. Pois é! Naquele ano também ouvi o secretário de Planejamento da época, Mázio Delmoni. Ele disse que o prefeito Cícero Almeida pretendia iniciar o processo para a resolução do problema.

Mas, o tempo passa...e voltei ao tema em 2014 quando a Prefeitura de Maceió – já na administração de Rui Palmeira – suspendeu, por determinação da SMCCU, os sepultamentos públicos no Cemitério São José por falta de vagas. Naquele momento, a “demanda” foi direcionada para outros cemitérios públicos.

Era Reinaldo Braga quem respondia pela SMCCU. Disse que a solução das transferências era paliativa, mas destacou que tem sido tratado o problema com uma visão de longo prazo. Cadê?

Olha a fala de Braga em 2014: “são mais de 90 anos de funcionamento e o cemitério nunca passou por uma reestruturação. Estamos avaliando as melhores formas de resolver os problemas do cemitério de São José”. Eis o tamanho da irresponsabilidade das gestões passadas, mesmo sabendo do problema. É a população mais carente, mais uma vez afetada, em um momento de dor extrema que é a perda de entes queridos.

Eis que hoje o tema voltou aos noticiários. É mais de uma década sem que o poder público tome providências que indiquem a solução definitiva do problema. A questão mais uma vez é discutida diante do volume de corpos de pessoas não identificadas que se encontram no Instituto Médico Legal (IML).

Eis que o Ministério Público Estadual se reuniu, na tarde de hoje, para tentar solucionar o caso e promover o sepultamento desses corpos. De acordo com assessoria do IML, o problema persiste há dois anos. Eu aposto que é mais que isso.

E assim, o Governo do Estado – e com razão! – cobra da Prefeitura de Maceió vagas para enterrar os corpos de indigentes. A solução adotada pelo município foi a liberação de dez vagas por mês, o que é insuficiente para dar conta da demanda. Olha que interessante: o IML tem que trabalhar com um número específico. No caos de violência em que se vive nesse Estado, está na cara que isto não dá certo.

Não por acaso, atualmente são 42 corpos de indigentes ou de pessoas que as famílias não foram buscar que estão no chão do IML por não existirem mais gavetas disponíveis. É desumano. Não se assuste se, mais uma vez!, a solução for paliativa.

Lá vai o MPE para mais uma audiência com a Prefeitura de Maceió. Expectativa para soluções o mais rápido possível para o problema? Aposto: paliativo até a questão “estourar” novamente, como já mostrei no início deste texto.

De quem é a responsabilidade por apresentar um plano que resolva a situação em longo prazo, como a construção de um novo cemitério? Da Prefeitura de Maceió.

Fonte: Cada Minuto

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