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terça-feira, 26 de novembro de 2013

A juventude e seus anseios, artigo de Gilmar Passos

No momento quero tratar de uma questão bem significativa, oportuna e cautelosa. Na verdade, se trata de um pedido, um anseio, partindo de muitos jovens que entram em contato comigo. Pensei bastante, provoquei alguns para que fizessem comigo essa aventura literária em colocar em palavras escritas aquilo que se revela profundamente pela simplicidade da vida.
Após algumas provocações minhas a jovem Roseli* aceitou ou cedeu às minhas provocações sugerindo um título ao assunto. Ele foi mais longe, indicou-me dois. Os títulos são os seguintes: “Os anseios da juventude” e “A juventude e seus anseios”. Essas duas frases são bastante fortes e podem render uma escrita pesquisada, elaborada e publicada em forma de livro. Para o momento preferi os dois temas para deixar o leitor livre para pensar.

Pois bem, naquela tarde de sexta-feira, viajávamos para o pequeno, simples e aconchegante lugarejo denominado “Bom Viver”. Passávamos pela estrada sentindo o vento soprando lentamente, a poeira sendo levantada e sumindo ao longe, o sol brilhando e iluminando toda paisagem. Nessa aconchegante viagem conversávamos sobre a juventude e seus desafios.

Não estávamos sozinhos. Contávamos com a companhia da Secretária do Desenvolvimento do Município de santa Luzia do Itanhi/SE. Uma pessoa que tem uma linda experiência de fé e persistência na luta pela liberdade. Seu silencio naquele momento foi muito significativo, enriquecedor.

Eu me sentia feliz por estar em companhia de duas representações da das fases da vida humana. Um representava toda a dinamicidade e sonhos da juventude, a outra expressava a experiência de anos acreditando em novos tempos.

A conversa se iniciou após eu fazer algumas perguntas e Roseli fazer um momento profundo de silêncio. Um silêncio que transparecia iluminar a escuridão juvenil da humanidade. Mas o silencio foi rompido, quando timidamente Roseli soltou a voz e começou a descrever um breve e direto relato sobre os anseios e inquietações da juventude e as orientações recebidas.

Em silêncio eu ouvia e processava pela minha inteligência para que pudesse reproduzir num momento posterior. Sei que a minha limitação humana deixou escapar muita coisa boa, mesmo assim me arrisco a reproduzir aquilo que minha inteligência conseguiu captar e transformar em discurso.

A juventude é uma fase da vida do ser humano que flui como uma força inexplicável. Tudo o que se refere a vigor, a força, a coragem, a garra, ao desejo, as emoções, ficam caracterizadas pela juventude. É ao jovem que é reservado caricatura das inquietudes, dos sonhos, dos desejos. O jovem é um eterno insatisfeito, insaciável pelas novidades.

Acontece que toda a riqueza da juventude quando é bem vivida e aproveitada produz uma passagem saudável para uma nova etapa. A gravidade da situação se encontra em instituições sociais e religiosas, quando distorcem o jeito coerente de apontar os caminhos a seguir e acabam direcionando o jovem para tomar uma decisão pré-determinada e preestabelecida por elas.

Significa que muitas instituições ou pessoas não se tornam facilitadores para que o jovem descubra a beleza da vida, simplesmente elas agem condicionando a decisão. Ao mesmo tempo, há outro agravante, é quando tais instituições não aceitam uma decisão ou uma ação que seja diferente da condicionada por elas. Neste caso, elas passam a condenar as atitudes dos jovens, empurrando-os para crise de sentido. Esse é um dos problemas dos jovens com tudo aquilo que tem cara de instituição.

Há várias maneiras de encarar a instituição em casos como o apresentado, uma delas é a distância a tudo o que se apresenta como tal. Outra atitude é encarar as coisas com olhar crítico. Neste caso o jovem vive na instituição, contribuindo para o seu crescimento, ao mesmo tempo em que aponta onde deve ser melhorado. Infelizmente poucos jovens fazem a segunda atitude, aliás, pouco ser humano faz isso.

A falta de orientação holística e sem condicionamento gera insatisfação na juventude, deixando-o fragilizado. Essa fragilização facilita a sua entrada no mundo sombrio das ilusões, tornando-o escravo e vivendo sem sentido. O apoio ou esperança se inverte e as “anestesias” ganham espaços, por isso temos uma juventude predominantemente alheia a tudo o que é profundamente da vida humana e presa a lógica dos esquemas doentios de mortes gerados das drogas civilmente lícitas e ilícitas.

O esperançoso nisso tudo é a presença sutil de muitos jovens de fé, alguns que ficam anônimos na sociedade. Pessoas que se dedicam diariamente no comprometimento em viver os desafios da vida e se empenham na luta incansável para despertar outros jovens da paralisia provocada pela cultura melancólica e degradante, infiltrada na humanidade.

*Roseli Moreira dos santos, 24 anos, é funcionária pública do município de Santa Luzia do Itanhi/SE. Quando não está desempenhando suas funções laborais, dedica- se ao trabalho com jovens da sua comunidade, coordenadora do Ministério de música “Livre Sou”. Juntamente com o Ministério realiza missões em missas e eventos da sua paróquia e em outras paróquias da Diocese de Estância/SE.

Texto escrito por Gilmar Passos, padre da Igreja Católica Apostólica Romana na cidade de Santa Luzia do Itanhi/SE. Jovem escritor, teólogo e poeta. Contato: gilmpasssos@hotmail.com

Fonte: EcoDebate

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