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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Rio de Janeiro passa por grave situação de abastecimento de água, diz secretário

O secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, André Correa, disse na terça-feira (9) que é grave a situação de abastecimento de água no estado. Correa alertou que o Rio de Janeiro terá que atravessar o período de seca com os reservatórios na metade do nível registrado no mesmo período do ano passado.

“Estamos com a metade da água para atravessar o período seco. Se não tivéssemos tomado as medidas que começamos a tomar, [os reservatórios] já estariam secos. Já economizamos mais de 1 bilhão de metros cúbicos de água”, disse o secretário, que participou do Fórum Metropolitano da Sustentabilidade, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em 8 de junho do ano passado, os quatro reservatórios do Rio Paraíba do Sul – Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil – somavam 32,5% da capacidade. No relatório divulgado hoje, na Sala de Situação da Agência Nacional de Águas, o nível dos reservatórios está em 16,07%.

O secretário afirmou que, no curto prazo, além da economia de água na vazão bombeada para o Rio Guandu, a única ação que pode ser tomada até o próximo verão é a construção de uma soleira no Canal de São Francisco, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, para impedir a entrada de água salgada no canal.

Para evitar que a água que abastece as indústrias da região ficasse salgada, as autoridades ambientais determinaram o uso, a cada três dias, de um fluxo de água equivalente a todo o abastecimento da região metropolitana do Rio. “Em três dias, estamos jogando para o mar para expulsar intrusão salina um dia de abastecimento de água de toda a região metropolitana. Um dia de abastecimento em três dias”. A obra para evitar a salinização do canal deve ficar pronta em julho.

André Correa disse que está em estudo uma forma de bombear água do Reservatório de Paraibuna, como um plano B para garantir o abastecimento na região metropolitana do Rio. A saída, considerada complexa pelo secretário, ainda está em discussão porque o reservatório é administrado pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp).

Além da situação do Rio Paraíba do Sul, Correa comentou a situação da Baía de Guanabara. Ele reconheceu que há na sociedade descrédito em relação à despoluição. “Tudo que qualquer autoridade fala sobre despoluição tem um déficit de credibilidade enorme. Ninguém acredita mais em nada.”

Para ele, tal situação se deve ao fracasso do Plano de Despoluição da Baía de Guanabara, da década de 90, e ao recente reconhecimento de que não será possível cumprir a meta de tratar 80% do esgoto que chega à baía até os Jogos Olímpicos de 2016. Sobre o primeiro plano, ele afirmou que houve “um misto do político querendo prometer e também um desconhecimento do tamanho do problema”.

Quanto à meta para os Jogos, o secretário destacou que seria necessária uma engenharia financeira para defini-la. “Outro tiro no pé, do ponto de vista do déficit de credibilidade no que diz respeito à comunicação e à expectativa na sociedade em relação à Baía de Guanabara. Não fui eu que negociei essa meta, mas não me eximo de responsabilidade”, disse Correa.

Segundo Correa, houve um subdimensionamento do custo do saneamento da Baía de Guanabara, estimado hoje em R$ 12 bilhões. De acordo com o secretário, o primeiro plano prometeu despoluir a baía com R$ 2 bilhões em valores atuais.

Fonte: Agência Brasil

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