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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Analistas defendem revolução energética mundial para reduzir emissões de carbono

Mais de vinte instituições científicas convocaram nesta terça-feira os líderes das principais economias a modificarem suas políticas energéticas para reduzir as emissões de carbono a níveis seguros até 2050.


Em um informe publicado pouco antes da cúpula mundial sobre o clima prevista para 23 de setembro em Nova York, foi admitido que falta pouco tempo para alcançar as metas da ONU sobre mudança climática, mas que isso não é motivo para abandoná-las.

“Para a ciência fica claro que uma mudança climática superior aos 2º Celsius eleva o risco de um dano grave e irreversível para o bem-estar da humanidade e as perspectivas de desenvolvimento em todos os países”, acrescenta o informe.

A convocação conjunta é obra de aproximadamente 30 instituições de 15 países –incluindo Brasil e México– que representam mais de 70% das emissões globais.

A Terra se dirige a um aumento de 4ºC ou mais de sua temperatura para 2100, uma hipótese que implica um maior risco de fome, desaparecimento de espécies e de moradias, por causa de uma elevação do nível do mar, alertam os especialistas.

Se a meta dos 2ºC for postergada ou abandonada, advertem, “não há perspectivas realistas” de voltar a fixar outra meta quantitativa. “Deve-se preservar o limite dos 2ºC como um instrumento inestimável para conseguir uma mobilização internacional”.

O informe interino do DDPP (Deep Decarbonization Pathways Project) tem como objetivo fornecer conselhos práticos antes da reunião de Nova York, que é uma etapa importante antes da conferência de Paris prevista para dezembro de 2015, quando se espera alcançar a meta de 2ºC a nível global.

O documento foi enviado nesta terça-feira ao remitido secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, que presidirá a reunião, e ao governo francês, anfitrião do evento que será realizado sob os auspícios da Convenção marco das Nações Unidas sobre a mudança climática (CMNUCC).

“Uma ação nacional ambiciosa é fundamental para evitar uma perigosa mudança climática”, disse Ban em comunicado publicado em Nova York. “Este informe mostra o que é possível fazer”.

Para ter a oportunidade de alcançar a meta dos 2ºC, considerando que a população global passará de 7,2 para 9,5 bilhões de habitantes em meados do século, os países deverão reduzir suas emissões médias de dióxido de carbono (CO2) das 5,2 toneladas atuais a 1,6 toneladas para 2050, indica o documento.

Isso implica que as emissões anuais já deveriam alcançar seu máximo e começar a serem reduzidas.

“Já não temos mais tempo para alcançar este limite crucial”, disse Jeffrey Sachs, diretor do Instituto da Terra da Universidade Columbia de Nova York, à frente da rede que elaborou o estudo.

O informe indica as energias fósseis como principal responsável das emissões de carbono.

Traça “caminhos” a nível nacional pelos quais as emissões de CO2 vinculadas ao consumo de energia pelos 15 principais emissores de CO2 poderiam ser reduzidas de 22,3 bilhões de toneladas anuais a 12,3 bilhões de agora a 2050.

Entretanto, ainda que se alcance essa meta, a medida só teria dois terços de chance de alcançar a redução esperada de 2ºC.

O informe sugere uma estratégia em três pontos para “descarbonizar” as matrizes energéticas nacionais:

Eficiência energética – Transporte, edifícios e escritórios que sejam melhor projetados para reduzir o consumo energético, e processos industriais de reciclagem energética.

Eletricidade – Substituir usinas energéticas convencionais que consomem combustíveis fósseis (petróleo, gás ou carvão) por geração de energia hidráulica, eólica, solar, geotérmica ou nuclear. Embora o carvão e o gás continuem presentes como fontes energéticas para gerar eletricidade, deverão ser associadas a técnicas de captura e armazenamento de carbono, uma tecnologia que ainda se encontra em fase experimental.

Combustíveis alternativos – Os combustíveis fósseis utilizados para o transporte e para a indústria deverão optar por fontes de baixa emissão de carbono, incluindo biomassa.

Implementar essa estratégia requer um investimento “massivo” em tecnologia limpa, afirmou Sachs em uma teleconferência com jornalistas.

Considerando as promessas de redução de carbono com que cada país deve se comprometer no início do ano que vem nas negociações da CMNUCC, o informe indica que a meta de descarbonização obriga aos governos a pensar no longo prazo.

“A descarbonização profunda não acontecerá no longo prazo e não há varinha mágica”, acrescentou.

“Requer mudanças importantes nas matrizes energéticas dos países e dos sistemas de produção que devem ser implementados no longo prazo. As decisões que são tomadas hoje na geração de energia e na infraestrutura de transporte terão um impacto nas emissões futuras de gases de efeito estufa”.

No ano que vem, a versão final do informe incluirá detalhes sobre os custos e os lucros da descarbonização profunda.

Os 15 países que participaram são Austrália, Brasil, Grã-Bretanha, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Japão, México, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul e Estados Unidos. 

Fonte: Terra

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