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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Denúncia: Floresta Estadual do Uaimií e Parque Estadual de Itacolomi, em Ouro Preto (MG), sofrem depredação

Vandalismo é uma das consequências do descaso do IEF e da MGS com a contratação de funcionários para as unidades de conservação


A Floresta Estadual do Uaimií, localizada em Ouro Preto, foi alvo de depredação e vandalismo. O fato ocorreu em 26 de março deste ano, quando a unidade de conservação contava com apenas três funcionários em função do encerramento dos contratos entre o Estado e empresas terceirizadas responsáveis pelos guardas-parques sem que fossem adotadas medidas necessárias para que as UCs não ficassem desguarnecidas.

A Floresta tem duas portarias e a depredação aconteceu na que fica no distrito de Brás Gomes. Como o IEF recusou-se a ceder fotos, a Amda foi até o local na última quinta-feira (18) e fotografou o cenário: a porta principal foi arrombada; os vidros das janelas foram completamente quebrados (somente um resistiu à depredação); os marco das portas, fechaduras e estruturas de janelas foram danificados e até o vaso sanitário foi roubado. Cacos de vidros estão espalhados por todos os cômodos e ao redor da casa. Os banheiros pareciam um verdadeiro lixão, com entulhos, vaso entupido e um sem porta. Em torno da construção, sacolas plásticas, embalagem de carvão e vários sachês de maionese e catchup, caixas, garrafas de sucos e refrigerantes, latas, papel.

Sem vigilância constante, a unidade de conservação fica à mercê de novos ataques e usos irregulares. Além disso, a sensação de insegurança predomina entre os funcionários. A estrada que corta a Floresta do Uaimií liga os municípios de São Bartolomeu e Capanema, o que dificulta ainda mais o controle e determina necessidade de mais funcionários.

Em fevereiro deste ano, o contrato do Estado com as empresas Cristal e Verso foi encerrado e os guardas-parques dispensados. Praticamente todas as unidades de conservação de Minas ficaram sem funcionários, o que levou seu fechamento ao público e gerou fatos como o ocorrido em Uaimií e Itacolomi, pois a dispensa foi feita sem medidas que impedissem esta situação. Somente em março foi realizado pela MGS concurso para admissão de novos guardas-parques, que até hoje não foram convocados. A Floresta Estadual do Uaimií ficou com apenas três funcionários, alocados na portaria localizada no distrito de São Bartolomeu, que não foi depredada.

Após a depredação, confirmada em BO realizado pela PMMA, foram chamados seis dos aprovados no concurso. Alguns dos convocados, no entanto, desistiram da vaga devido à dificuldade de transporte. Para chegar ao local têm de enfrentar cerca de 8 km de estrada de terra, não há transporte público e o IEF não proporciona meios para o deslocamento. Apesar dos baixos salários, os funcionários têm de se deslocar por conta própria, realidade que se observa em todas as unidades de conservação, cuja maioria absoluta localiza-se longe dos locais de moradia. Hoje Uaimií conta com apenas oito funcionários, e considerando folga, na prática com apenas a metade.

O Parque Estadual do Itacolomi, em Ouro Preto, também foi alvo de vandalismo: construção próxima à portaria foi arrombada no final de abril, mas nada foi levado. Porém a situação é preocupante, já que a portaria fica ao lado da rodovia que liga o município a Ponte Nova, altamente movimentada. O parque teve uma baixa de aproximadamente 30 funcionários com o encerramento dos contratos pelo Estado. Atualmente conta com apenas nove guardas-parques e conforme a Amda apurou, fica abandonado uma noite por semana, devido à falta de funcionários.

A Amda enviou as informações ao Ministério Público, pois entende que os prejuízos causados não podem ser suportados pela sociedade. “O Estado teria de ter tomado medidas para proteger os parques antes de romper o contrato com as empresas Verso e Cristal. Achávamos que no governo anterior a situação das unidades de conservação era péssima. O atual conseguiu piorar ainda mais, decretando seu abandono ‘oficial’. Alguém tem de ser responsabilizado por isto”, afirma a superintendente da Amda, Dalce Ricas.

O assunto foi levado à reunião da Câmara de Proteção da Biodiversidade do Copam, realizada nesta segunda-feira (22), pela assessora jurídica da Amda Lígia Vial, que representa a entidade ambientalista Angá. O diretor-geral do IEF, João Paulo Sarmento, informou que o assunto está sendo investigado e que a depredação se deu pela ausência de vigia noturno. Disse ainda que serão feitos reparos emergenciais na portaria. Para as outras unidades, Sarmento disse que essa semana começaria a chamada dos concursados.

Confira os registros feitos pela Amda da depredação.

Fonte da denúncia: Amda – Associação Mineira de Defesa do Ambiente

Fonte: EcoDebate

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