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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Um guarda-roupa sustentável

A leitura de uma etiqueta é capaz de dizer muito e ainda revelar segredos que se escondem por trás das roupas que usamos. Um tecido sintético, por exemplo, pode ao mesmo tempo ter sido oriundo diretamente do petróleo, de onde são extraídas as resinas, como também da reciclagem de garrafas PET.


Neste caso, mesmo sendo um componente derivado de combustível fóssil, a vantagem é que a matéria-prima é fruto do reaproveitamento de materiais. Na Europa, empresários e estilistas de moda, além de cientistas, se uniram para ajudar os consumidores a escolher suas roupas a partir da sustentabilidade de cada peça.

Não se trata, aqui, de saber se determinado vestido ou calça jeans foi confeccionado com algodão orgânico ou se na lavagem e tingimento da peça o consumo de água foi baixo e se usaram apenas corantes naturais.
Algodão orgânico

Isso, aliás, já é feito atualmente por grifes comprometidas com o movimento liderado pela ONG americana Textile Exchange, que funciona como uma plataforma global de desenvolvimento, promoção e adoção de técnicas mais sustentáveis na cadeia têxtil.
Desde o plantio da matéria-prima, seu beneficiamento, até as condições sociais nas quais as roupas foram produzidas e vendidas ao consumidor final.

O trabalho mais exitoso desde a criação do movimento, em 2002, foi o desenvolvimento da cadeia global de algodão orgânico. Que passou de US$ 240 milhões para US$ 6,8 bilhões.

Agora, os integrantes da ONG baseada no Texas, nos EUA, e com filial em Bristol, na Inglaterra, pretendem dar seu maior salto.
As bases foram definidas na última edição da conferência mundial promovida pela organização em novembro, em Istambul, na Turquia.
O impacto de cada peça

No encontro ficou decidido que as etiquetas das roupas serão utilizadas como uma espécie de guia de sustentabilidade para o consumidor, mostrando a importância de cada peça. A análise do Ciclo de Vida tem por objetivo definir o aspecto social, comercial e até o impacto na natureza causado por cada peça de roupa.

Entre as grifes que já aderiram a esta tendência estão: Patagônia, Stella McCartney, Loomstate, Eileen Fisher e NAU, mostrando que a sustentabilidade pode ser um atributo de empresas até mesmo de porte médio, comprometidas com um design transado. O mesmo vale para redes varejistas mais populares como a britânica L&M.

De acordo com reportagem publicada no portal Greenbiz, esse trabalho se divide em três grandes vertentes:

Design - É no momento da concepção de cada peça que é possível avaliar e dimensionar seu impacto na natureza (consumo de água, tipo de matéria-prima e insumos a serem utilizados, por exemplo), além do uso de materiais mais ecologicamente corretos.

Produção - Como será feita cada peça, onde será fabricada, que tipo de mão de obra: oficinas terceirizadas ou pessoal próprio. Estas questões estão no centro do debate sobre as condições de trabalho no setor.

Transporte - Apontado como um dos maiores emissores dos gases que causam o efeito estufa, o setor de transporte tem um papel importante na sustentabilidade de uma empresa e de um determinado produto.

Para ajudar os consumidores a identificarem as empresas e as roupas que têm uma pegada sustentável, também estão surgindo aplicativos (apps) que prestam informações a partir da leitura de códigos de barra em smartphones.

Um deles é o EcoMetrics, que mede o EDU (impacto no meio ambiente causado por cada produto, da sigla em inglês).

A ONG Made-By também tem tabelas e informações que ajudam os fashionistas e consumidores a identificarem os produtos mais amigáveis ao meio ambiente.

Fonte: Mercado Ético

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