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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Governança global pode enfrentar crise sistêmica

Estimular o estabelecimento de ações estratégicas a serem implementadas pelas empresas até 2020 para assegurar que o Brasil chegue a 2050 numa situação de equilíbrio socioambiental. Este é o tema do Congresso Internacional Sustentável 2013, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), realizado nesta terça-feira, 24, no Rio de Janeiro. A proposta de agenda é baseada no documento Visão Brasil 2050, lançado durante a Rio+20 no ano passado.

Na abertura do evento, a presidente do Cebds, Marina Grossi, apontou “a crise sistêmica do atual modelo econômico” como um fator impulsionador da busca de fórmulas capazes de acelerar a transformação de processos de produção e consumo que garanta a sustentabilidade para todo o planeta, tendo nas empresas o agente mais eficaz para avançar nesse processo. 

Aprofundando o diagnóstico, o conselheiro sênior do World Business Council for Sustainable Development, Philippe Joubert, afirmou que “a crise, as dificuldades, os problemas políticos não justificam não agir”, porque “a natureza está mandando recados”. 

As ações, segundo ele, devem ser “replicáveis em grande escala” para acelerar a implementação de soluções. 

“Não podemos contar com o sucesso sustentável num mundo em chamas que desmorona, vivendo no cheque especial ou até cheque sem fundo para pagar os serviços sistêmicos.”

Também o economista Jeffrey Sachs, diretor da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, ressaltou o papel das empresas como indutoras desse processo, sem dispensar “boas parcerias com os governos”. Sachs ressaltou ainda o papel de liderança do Brasil no estabelecimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, um dos instrumentos para promover a necessária mudança do atual modelo.

“É uma agenda de todos” – disse Marcos Campos Bicudo, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Masisa, no painel “Desenvolvimento e Sustentabilidade: os Desafios da Governança até 2020”. O empresário acredita que “a agenda Brasil 2020 é uma provocação” para o surgimento de lideranças dedicadas aos grandes temas da sustentabilidade, como o da mobilidade urbana. Mesmo concordando que é preciso trabalhar em rede, o presidente da Alcoa, Franklin Feder, afirmou que cabe à “iniciativa privada o papel de protagonista na busca da sustentabilidade”. Destacou que a integridade e a ética devem ser os princípios norteadores desse protagonismo.

O professor de pós-graduação do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, José Eli da Veiga, lembrou que “o sucesso obtido nos anos 90 com a redução do uso dos gases que provocavam o buraco na camada de ozônio” comprova que as Nações Unidas podem conduzir essa governança global. Para ele, a mudança climática, a redução das perdas da biodiversidade e a ruptura do ciclo do nitrogênio – tema ainda pouco abordado mesmo por especialistas – devem ser os principais focos das ações de curto prazo concertadas no âmbito das Nações Unidas.

A representante no Brasil do Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Denise Hamu, incluiu a criação e execução dos Objetivos do Milênio como outro sucesso de governança global capitaneada pela ONU. “O papel das Nações Unidas é catalisar ambições coletivas e colocar em ação, um desafio cada vez maior” – assinalou.

O subsecretário de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Sérgi Margulis, argumentou que o social deve estar no centro da sustentabilidade. “A agenda verde poderia ser mais agressiva nessa frente: baixa competitividade, produtividade da mão-de-obra ruim, taxação muito alta. Tudo isso é agenda verde e tem que discutir” – provocou.

As divergências sobre a possibilidade de haver uma governança global da sustentabilidade apresentadas no painel significaram, para Franklin Feder, mais um desafio. “Não podemos aceitar o ceticismo no curto prazo, porque todos queremos o avanço mais rápido; não devemos sair daqui céticos, mas otimistas” – concluiu.

Fonte: Mercado Ético

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