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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Ecossistemas únicos na Nicarágua correm risco de desaparecer

País centro-americano que conta com 10% da biodiversidade mundial, a Nicarágua tem cinco ecossistemas únicos, mas que correm um alto risco de desaparecimento.

Os cinco ecossistemas da Nicarágua são os fluxos de lava de seus vulcões, as lagoas em crateras, os lagos Cocibolca e Xolotlán, a ilha de Ometepe e as florestas de bambu do litoral do Caribe com remanescentes no Pacífico.

Esses ecossistemas podem ser reconhecidos pelas imagens de turistas deslizando sobre uma tábua nas encostas do Cerro Negro e junto à cratera do vulcão Masaya, as lagoas que emergem dos vulcões, as ilhotas de Granada e os vulcões que nascem do Grande Lago da Nicarágua ou Cocibolca.

Salvo Ometepe, por suas dimensões, os demais ecossistemas existem em outros países, mas são considerados únicos dentro da Nicarágua não só por suas características especiais, mas também por seu desaparecimento progressivo.

“Falar de ecossistemas únicos no contexto nacional está fazendo referência a uma situação de pouca representatividade na natureza, mas também à deterioração. Se foram chamados assim é porque pertencem à realidade ambiental da Nicarágua e para confirmar que requerem uma atenção especial”, disse à Agência Efe o ecólogo e ex-diretor de Áreas Protegidas da Nicarágua Milton Camacho.

No caso dos fluxos de lava, o vulcão Masaya é o melhor exemplo, segundo Camacho, porque há uma enorme cidade sobre antigo material vulcânico e a mesma continua crescendo quase sem controle: Manágua, com 1,4 milhão de moradores em um lugar em que a geologia mostra como a vida nasce a partir do zero.

Uma situação similar é a do vulcão Cerro Negro, cujos ativos fluxos de lava, ao invés de serem protegidos e estudados, são vistos como um problema, denuncia o especialista.

Um estudo realizado em 2007 para complementar o Sistema Nacional de Áreas Protegidas, que conta com 71 lugares, tinha como objetivo “salvar” os ecossistemas únicos da Nicarágua, lembra Camacho, mas quase não se sabe sobre o que foi impresso em 2010.

As 11 lagoas em crateras, chamadas “lagos” pelo especialista, são únicas por terem desenvolvido peixes em condições de isolamento e correm alto risco de que suas águas terminem sendo altamente contaminadas.

Um caso parecido é o dos lagos Cocibolca e Xolotlán, catalogados como ecossistemas únicos por conterem espécies exóticas, mas sobretudo pelo tesouro mais prezado do planeta: a água doce.

“Do ponto de vista biológico evolutivo, há um forte componente ecológico, científico e econômico, peixes como o tubarão touro, o peixe-serra, o peixe martelo, têm seus ciclos e adaptações evolutivas no lago (Cocibolca)”, explica o especialista.

No entanto, o ecologista considera que seu grande valor é a água para consumo humano, que é única como recurso, com ênfase nas pessoas, para a Nicarágua e América Central.

“Ela vale mais do que o petróleo, porque os países petroleiros não podem beber petróleo”, alega.

Do Cocibolca nasce Ometepe, uma ilha composta de dois vulcões com 276 quilômetros quadrados de extensão, considerada a maior em água doce do mundo, superando ilhas Cayman, Samoa, Aruba e Anguila.

E há ainda as florestas naturais de bambu verde, que estão desaparecendo porque os nicaraguenses ignoram seu valor econômico, acrescenta Camacho.

A Nicarágua tem 68 tipos de ecossistemas, um número alto para um país pequeno, e dentro deles estão os cinco ecossistemas únicos que talvez não vão deixar de existir, mas que poderiam ser transformados até o ponto de perder tudo aquilo que os faz irrepetíveis.

Fonte: Terra

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