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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Para professor da USP é preciso reconhecer que o Brasil é muito vulnerável à mudanças climáticas

A estiagem que prejudica a geração de energia e o abastecimento de água de diversas cidades mostra a vulnerabilidade do país às mudanças do clima. A análise é do professor do Instituto de Energia e Ambiente, da Universidade de São Paulo (USP), Oswaldo Lucon.
O especialista é um dos responsáveis pelo relatório Oportunidades e Desafios para Aumentar Sinergias entre as Políticas Climáticas e Energéticas no Brasil, divulgado ontem (21) pelo World Resources Institue (WRI).

“Somos um país muito vulnerável às mudanças climáticas. Estamos reconhecendo isso. A vulnerabilidade hídrica não é só no abastecimento, mas também na produção de energia e bioenergia”, disse Lucon. Por isso, o professor destacou a importância do país em se empenhar para reduzir a emissão de gás do efeito estufa. “Precisamos diversificar bastante nossa matriz e buscar uma rota de transição para uma matriz limpa.”

De acordo com o relatório do WRI, o Brasil deve aumentar a participação de fontes poluentes na matriz energética nos próximos anos. O documento mostra que mais de 70% dos investimentos previstos para o setor de energia no país entre 2013 e 2022 devem ser feitos em fontes com altas emissões de gases do efeito estufa, especialmente combustíveis fósseis.

Segundo o professor, é preciso fazer um planejamento para substituir os derivados de petróleo como fonte de energia. “É até tolerável que se utilize combustíveis fósseis, mas isso precisa ter prazo de validade. Precisamos ter uma estratégia que nos desvencilhe desse perigoso vício, climaticamente falando, de ficar preso a essas fontes, não investir em estratégias que aumente a eficiência e a descarbonização da matriz”, afirmou Lucon.

Diretora executiva da WRI, Rachel Biderman defendeu a eficiência energética como primeira ação a ser tomada para reduzir as emissões. “Grande parte do consumo de energia pode ser evitado por medidas simples”, acrescentou. Segundo ela, essas medidas incluem desde a simples economia até o uso de equipamentos e processos mais avançados.

Sem apresentar uma proposta consistente de redução da emissão de poluentes, Rachel disse acreditar que a posição brasileira perderia força na 21ª Conferência do Clima (COP 21).

“Enfraquece, porque resolver o problema das mudanças climáticas, que hoje é o maior problema do planeta, depende em grande parte de como produzimos energia. O Brasil é o sétimo maior emissor desses gases que causam o aquecimento global.”

O encontro ocorre em dezembro em Paris. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o principal objetivo do Brasil na COP é garantir um compromisso entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, reduzindo o aquecimento global e limitando o aumento da temperatura em 2ºC até 2100.

Para o professor Lucon, outra medida de curto prazo importante é que, no futuro, todo planejamento urbano e de infraestrutura leve em consideração a redução de emissões. “Quando criamos rodovias e não ferrovias e hidrovias, engessamos a infraestrutura sobre essa opção. Quando as cidades estão consolidadas, é muito difícil abrir metrô.”

Conforme a diretora da WRI, os investimentos públicos também precisam ser direcionados para fomentar o uso de energias mais limpas. “Subsidiamos com dinheiro público o consumo de combustível fóssil. Precisamos trocar, inverter essa chave. Vamos pegar esse dinheiro público usado no consumo de energia suja e investir na energia limpa”, concluiu.

Fonte: EcoDebate

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