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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Madeira apreendida é transformada em cadeiras para hospital no Acre

A Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) desenvolve, há dois meses, um projeto de fabricação de cadeiras, do tipo espreguiçadeira, feitas totalmente com madeira de apreensão, destinadas às enfermarias do Hospital das Clínicas, em Rio Branco. A ideia, segundo pesquisador e designer do órgão, Mario Jorge Ferreira, é produzir em torno de 200 cadeiras. O trabalho, em parceria com a Cooperativa de Produção Moveleira do Estado do Acre (Coopermoveis), está em fase de teste.

“Queremos implementar dentro do setor de saúde um sistema que melhore as condições dos acompanhantes, especialmente, na ergonomia. Foi desenvolvido o projeto técnico dentro da Funtac e, juntamente com a Coopermoveis, fizemos o estudo de forma e função, que entrou na etapa de prototipagem do produto. Estamos no terceiro protótipo e a aposta é que seja implantado o mais rápido possível”, diz o pesquisador.

Ferreira explica que, para essa fase de teste, um dos protótipos está em uso em uma das enfermarias do hospital. O objetivo é se chegar a uma média de peso que a cadeira comporta e também conhecer a opinião dos usuários em relação ao conforto do produto, que é pintado com uma tinta especial para o ambiente hospitalar. A matéria-prima chega à Funtac por meio das apreensões feitas, principalmente, pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).

“Buscamos utilizar também resíduos do setor madeireiro, porque a cadeira é feita com peças pequenas. Temos o cuidado do produto sair o mais perfeito possível. É por isso que tem essa sutileza de ser testado, para ter a participação de quem usa. No hospital, existe um questionário sobre a avaliação do produto. Esse modelo já existe no mercado, o que buscamos foi adaptar para que se torne de mais fácil fabricação”, explica.

De acordo com Domingos Sávio Diógenes, responsável pela execução do projeto na Coopermoveis, são oito marceneiros diretamente envolvidos na fabricação das espreguiçadeiras, de forma gratuita, para o Hospital das Clínicas. Ele diz que, se não houver atraso na entrega da madeira, até o final de outubro, as cadeiras são entregues para a unidade de saúde.

“Para nós, enquanto cooperativa, que atuamos muito pelo lado social, participar desse projeto é uma honra. Estamos tentando ajudar as pessoas que realmente precisam, porque não é fácil passar a noite mal acomodado em um hospital. Esperamos que não sejam muitos, mas quem for precisar da cadeira fique bem confortável”, acrescenta.

A superintente do Hospital das Clínicas, Juliana Quinteiro, reitera que as espreguiçadeiras devem melhorar a qualidade da estadia dos acompanhantes dos pacientes da unidades. “Atualmente, não temos um local específico que acomode os acompanhantes e essas cadeiras vêm para melhorar essa acomodação e o conforto. Elas vão beneficiar aqueles que, às vezes, passam dias mal acomodados”, diz.

Juliana diz ainda que a cadeira que está em teste passou por aprovação de uma comissão. “A espreguiçadeira foi aprovada pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, porque tem que ter uma tinta e reforços especiais. O bom também é que ela é dobrável e, no momento que não está sendo usada, pode ser guardada atrás do leito do paciente. É lavável, podendo, inclusive, ser usado álcool para a limpeza”, acrescenta.

‘Finalidade é dar uma destinação social para as apreensões’, diz Imac – O diretor-presidente do Imac, Pedro Longo, explica que toda a madeira apreendida pelo órgão é submetida a um processo administrativo. Ao final, comprovada a clandestinidade do material, a doação é feita para diversas entidades. Ao G1, o órgão informou que, de janeiro a agosto deste ano, foram apreendidos ao menos 120 m³ de madeira ilegal.

“No caso da madeira apreendida, a destinação é sempre em função de entidades filantrópicas que podem ser públicas – como no caso, que é o Hospital das Clínicas –, mas podem ser igrejas ou escolas. Esse é o critério básico que usamos. A finalidade é não deixar esse material deteriorar e sempre dar uma destinação social para ele”, diz o diretor-presidente.

Fonte: G1

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