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terça-feira, 11 de outubro de 2016

Nova York permite donos serem enterrados com seus animais de estimação

Quando Shakeema Hutcherson, uma passeadora de cães em Nova York, morrer, ela planeja ser enterrada com sua família, incluindo sua angelical mestiça de yorkshire terrier e chihuahua, Tinka, e seu frequentemente demoníaco gato, Sweetie.
Agora, quando chegar a hora de Hutcherson, Tinka e Sweetie poderão descansar em paz no jazigo da família dela: o governador Andrew M. Cuomo sancionou recentemente uma lei que permite que cemitérios humanos enterrem animais de estimação junto com seus donos.

"É como ter um filho, de modo que é como ter seu filho enterrado ao seu lado", disse Hutcherson, 35 anos. Além disso, ela disse,  tornaria as coisas mais simples no além: "Eu poderia falar com Deus", ela disse, perguntando: "'O que fiz para merecer este gato?'"

A nova lei permite que apenas os restos mortais cremados sejam enterrados. Os cemitérios religiosos estão isentos e os cemitérios não são obrigados a aceitar animais.

"Os amigos de quatro patas são como família para muitos nova-iorquinos", disse Cuomo, um democrata, em uma declaração. "Quem somos nós para ficar no caminho se o desejo final de alguém incluir passar a eternidade com eles?"

A mudança beneficia o crescente número de pessoas que desejam que seus planos finais incluam seus animais de estimação, disse David Fleming, diretor de assuntos de governo da Associação dos Cemitérios do Estado de Nova York, que começou a pressionar pela nova lei há cinco anos. "Os tempos mudaram; as pessoas têm uma visão diferente de seus animais de estimação na família", ele disse.

Apesar dos tipos de animais de estimação que podem agora ser enterrados com seus donos se limitarem àqueles considerados animais domésticos no Estado, a lei permite ampla liberdade, segundo as autoridades, cobrindo muitos tipos de criaturas, incluindo répteis e invertebrados. "Não acho que uma pessoa comum pagará para ter sua tarântula cremada", disse Fleming, "mas talvez pague".

A lei de cemitérios é uma dentre várias medidas adotadas recentemente para tornar Nova York mais amistosa em relação aos animais de estimação. Uma lei aprovada no ano passado permite que os cães se juntem aos seus donos em mesas de restaurante externas; outros estatutos adotados nos últimos anos endurecem as penas por roubo ou maus-tratos de animais, assim como endurecem a fiscalização dos vendedores de animais de estimação.

Antes da lei para os cemitérios ser aprovada, aqueles que desejavam ser enterrados legalmente ao lado de seus animais companheiros tinham que recorrer aos cemitérios de animais. No Hartsdale Pet Cemetery no condado de Westchester, um cemitério de animais de estimação datado do século 19, cerca de cinco a sete pessoas são enterradas a cada ano, disse Edward C. Martin Jr., seu diretor.

Martin, notando os idílicos dois hectares de Hartsdale, repletos de mausoléus e monumentos a animais queridos, disse não se preocupar com um aumento da concorrência devido à nova lei. Ele disse que seus pais e sogros, assim como os cães das famílias, estão sepultados entre os 80 mil animais de estimação enterrados no cemitério, um grupo que inclui tartarugas, furões e porquinhos-da-índia.

O All Faiths Cemetery em Middle Village, Queens, planeja permitir animais de estimação tão logo receba aprovação do Estado para fazê-lo, disse Dan Austin, o presidente do cemitério. A taxa para enterrar um animal de estimação seria de US$ 450 (cerca de R$ 1.450), ele disse. "Se alguém desejar ser enterrado com seu cão, gato, periquito, hamster ou o que quer que seja", disse Austin, "eu acho ótimo".

Mesmo antes da aprovação da nova lei, alguns animais acabam em cemitérios humanos. Um cavalo da Guerra Civil chamado Moscou está enterrado perto de seu dono no Sand Lake Union Cemetery, em Averill Park, Nova York, e há vários cães, alguns com seus próprios monumentos, enterrados no Green-Wood Cemetery, no Brooklyn.

De fato, a nova lei codifica algo que há muito ocorre às escondidas, a adição sorrateira das cinzas do animal de estimação em um caixão, disse Robert Ruggiero, diretor executivo da Associação Metropolitana dos Diretores Funerários, que representa os diretores funerários baseados na cidade de Nova York.

"A família guardava as cinzas e a mamãe queria a pequena Fifi enterrada com ela. Quando ela faleceu, a família colocou as cinzas com ela em seu caixão", ele disse.

A nova lei de cemitérios, apresentada por Michael H. Ranzenhofer, um senador estadual republicano do condado de Erie, e James F. Brennan, um deputado estadual democrata do Brooklyn, legaliza isso e vai além. Também permite que os restos mortais cremados do animal de estimação sejam enterrados posteriormente no mesmo cemitério que o dono, mesmo que este morra primeiro.

"Agora não há dúvida sobre o que acontecerá se o Spike viver mais que seu dono", disse Ruggerio.

Esse aspecto da lei é muito bom para donos de animais como tartarugas, disse Barbara Daddario, diretora educacional da Sociedade de Tartarugas e Cágados de Nova York. Algumas espécies vivem por décadas, facilmente vivendo mais que seus donos, disse Daddario. Ela acrescentou que alguns dos membros de sua sociedade têm laços com suas tartarugas e cágados tão fortes quanto alguns donos de cachorros têm com seus animais. Os animais "podem passar por várias gerações", ela disse. "Se é um jazigo familiar multigerações, pode levar algum tempo até a tartaruga ser enterrada ali."

Não se sabe quantos outros Estados, se é que algum, permitirão que animais de estimação sejam enterrados com seus donos em cemitérios para pessoas. Em geral, disse Fleming, da associação estadual de cemitérios, a prática não é permitida.

Mas nem todos os donos de animais se interessam pela mudança.

Angelo Nikolopoulos, 35 anos, um escritor que vive em Greenwich Village, estava sentado com Niko, sua spitz alemão, no Washington Square Park não muito tempo depois da nova lei ser sancionada no mês passado. Enterrá-la em um cemitério para pessoas, ele disse, seria um exagero.

"É um animal de estimação", disse Nikolopoulos. Ele nem mesmo sabe ao certo se é um amante de animais de estimação, muito menos alguém que gostaria de passar a eternidade com um spitz alemão. Ele disse ter ficado consternado quando descobriu que o exemplar da raça podia viver 22 anos. "A ideia de envelhecermos juntos me assusta."

Mesmo assim, ao considerar a mortalidade do pequeno animal cor de laranja aos seus pés, seu desdém por planos de enterro para cães pareceu ser apenas da boca para fora. "Parece-me mais poético espalhar as cinzas dela", ele disse.

Fonte: Uol

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