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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Mudança climática sufoca peixes

Oceanos perderam 2% de seu oxigênio entre 1960 e os dias atuais; segundo cientistas alemães, fenômeno se deve ao aquecimento da água, que reduz a quantidade do gás dissolvido


Por Claudia Chow*

Não bastasse o lixo que se vê em mares, oceanos e praias, agora anda também faltando oxigênio na água para os peixes respirarem. Um estudo alemão publicado na semana passada no periódico Nature mostra que, durante as últimas cinco décadas, a quantidade de oxigênio dissolvido nos oceanos caiu 2%. Essa alteração de 2% que pode parecer pequena, mas considerando que os oceanos naturalmente não tem grandes quantidades de oxigênio dissolvido, que apenas bactérias vivem com pouco ou nenhum oxigênio e toda a cadeia alimentar depende desse gás qualquer alteração já é um sinal de alerta.

O grupo, liderado por Sunke Schmidtko, do Helmholtz Centre for Ocean Research (Geomar), na Alemanha, revela que 15% dessa perda pode ser atribuída ao aquecimento dos oceanos, que por sua vez leva a menor solubilidade de oxigênio das águas. Quem já passou pela desagradável experiência de abrir uma garrafa de refrigerante quente sabe que gases tendem a escapar mais facilmente de líquidos em alta temperatura. Nos oceanos ocorre fenômeno análogo.

Essa “desoxigenação” também sofre influência de uma maior estratificação das águas oceânicas (causado também pelo aumento da temperatura dos mares) e de fenômenos climáticos naturais como El Niño, a Oscilação do Atlântico Norte entre outros que acontecem ao redor do globo e que, de tempos em tempos, aumentam a temperatura das camadas superiores do mar.

Mas qual é a importância da quantidade de oxigênio dissolvida na água do mar? As alterações na quantidade desse gás no mar são importantes, pois podem mudar os ciclos de nutrientes dos mares e o habitat marinho, ou seja, a população marinha está sofrendo como nós sofremos nas grandes cidades com ar poluído.

Em 2011 pesquisas já indicavam uma diminuição de oxigênio nos oceanos. No estudo apresentado agora o volume de dados analisados é quatro vezes maior que o de pesquisas anteriores. Foi utilizado um inventário completo de dados com suas tendências desde 1960, abrangendo todos os oceanos do planeta.

“Fomos capazes de documentar a distribuição de oxigênio e suas alterações para o oceano inteiro pela primeira vez. Estes números são um pré-requisito essencial para melhorar as previsões para o futuro dos oceanos” afirmou Schmidtko à rede de TV americana CNN.

A maior perda de concentração de oxigênio foi em áreas que já tinham baixas quantidades de oxigênio dissolvidas, como as chamadas “zonas mortas”, em regiões tropicais de todos oceanos. A maior área com perda absoluta de oxigênio foi no Oceano Ártico, Pacífico Equatorial e Norte, seguido pelo Oceano Austral e o Atlântico Sul. Somando todas essas áreas o contínuo declínio de oxigênio representa mais de 60% da perda global de oxigênio no oceanos. (#Envolverde/ Observatório do Clima)

* Claudia Chow é geóloga e autora do blog Ecodesenvolvimento.

Fonte: Envolverde

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