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quinta-feira, 21 de novembro de 2013
A ponta do iceberg
Há uma semana, o negociador das Filipinas, Yab Sano, anunciava uma greve de fome, que deveria ser levada até que os negociadores da COP-19 alcançassem algum resultado significativo. Se na internet seu abaixo assinado já conquistou mais de 500 mil assinaturas, entre seus pares parece ter havido pouco eco – a segunda semana da COP começa sem nada de significativo. E em um clima de desânimo e indignação.
A indignação foi acirrada pelo início do encontro mundial da indústria do carvão, que gerou o terceiro protesto nas ruas de Varsóvia. E a participação da secretária geral da UNFCCC, Christiana Figueres, no encontro contribuiu para isso: em seu discurso, ela diplomaticamente declarou que “o carvão pode ser parte do combate ao aquecimento global”. O discurso prontamente levantou forte reação de ambientalistas e do chefe da delegação do reino unido à COP-. É certo que ela ressaltou que para participar do combate ao aquecimento global, a indústria internacional do carvão precisa mudar, fechar usinas antigas, capturar e estocar geologicamente o CO2 produzido nas novas usinas, e deixar a maioria do carvão no subsolo. Não foi de todo um discurso ruim, mas certamente foi feito no momento e no local errados. O ostensivo apoio do governo polonês ao lobby do carvão comprometeu a declarada boa intenção de Christiana, que explicou na semana passada a jovens ativistas e grupos ambientalistas “não ser suficiente falar somente com os já comprometidos (com causas ambientalistas)”. A cúpula do carvão cumpriu seu papel, ou seja, o de configura-se como uma iniciativa de lobby e de relações públicas para melhorar a imagem do setor com números, estatísticas e promessas.
O lobby da indústria do carvão é a parte agora visível de um enorme iceberg que fez seu primeiro grande buraco no casco das negociações climáticas em 2009. De lá para cá, várias outras colisões tem feito com que percamos mais tempo tirando a água que entra no barco, ao invés de navegar. O rombo deste ano foi acentuado pelo fato de que o capitão do navio fez uma manobra para ir de encontro ao iceberg. Pois nunca antes na história das Conferências Climáticas da ONU houve tanta desfaçatez sobre as segundas intenções ou os relacionamentos questionáveis. O Vitae Civilis acompanha as COPs desde sua segunda edição e nunca havia presenciado um lobby tão ostensivo. Não se trata apenas dos vexatórios patrocínios de grandes emissores de gases causadores do efeito estufa. Ou do polêmico encontro mundial da indústria do carvão. Mas da própria condução dos trabalhos pela presidência do evento, que optou por mitigar ambições ao invés de emissões.
A segunda semana da COP inicia-se com poucos avanços, salvo pelo desânimo que avança cada vez mais generalizado. O ponto alto desta segunda foi a divulgação do rascunho de texto para o ADP –sigla para Plataforma Durban de Ação Fortalecida, que é o trilho de negociações para o acordo global que deve ser concluído em 2015. Apesar de alguns pontos positivos, como a formalização do apelo para níveis mais elevados nas metas de redução nas emissões dos gases causadores do efeito estufa, o texto é vago demais para o atual estágio das negociações – a ponto de sequer incluir uma data-limite para apresentação de tais metas. A falta de uma agenda de trabalho clara até 2015 é fatal para um processo que está praticamente desperdiçando esta COP. O período anterior a 2020, quando o novo acordo climático deve entrar em vigor, também carece de ênfase na dramática necessidade de cortarmos muito mais as emissões para que seja possível manter a temperatura do planeta em níveis considerados aceitáveis. A chamada Proposta Brasileira, que pedia a contabilização das emissões históricas nas metas e compromissos do novo acordo climático, ficou de fora também do ADP, depois de ter sido preterida no SBSTA- Corpo Subsidiário de Assessoria Científica e Tecnológicas.
Mais uma vez, parece que muito vai ficar para o próximo ano, para as próximas negociações, para a próxima COP. E de ano em ano, completaremos duas décadas de negociações em 2014. Muitos dos jovens que se mobilizam nos corredores do Estádio Nacional, onde acontece a Conferência, ou nas ruas de Varsóvia, nasceram depois de elas terem sido iniciadas – a primeira COP- foi realizada em 1995, em Berlim. Eles tem pressa, e não é por acaso: enquanto os homens argumentam, a natureza age, como diria Voltaire. A mudança do clima não é uma teoria ou algo que acontecerá no futuro – ela é real e já está acontecendo. Os jovens nos corredores da COP- e nas ruas de Varsóvia sabem disso e cada vez mais elevam suas vozes diante de Christiana Figueres, diante da indústria do carvão e diante de toda uma geração que está perdendo a chance de fazer a diferença em favor do futuro.
* Délcio Rodrigues é especialista em mudanças climáticas e Silvia Dias, membro do Conselho Deliberativo do Vitae Civilis
Fonte: Mercado Ético
A indignação foi acirrada pelo início do encontro mundial da indústria do carvão, que gerou o terceiro protesto nas ruas de Varsóvia. E a participação da secretária geral da UNFCCC, Christiana Figueres, no encontro contribuiu para isso: em seu discurso, ela diplomaticamente declarou que “o carvão pode ser parte do combate ao aquecimento global”. O discurso prontamente levantou forte reação de ambientalistas e do chefe da delegação do reino unido à COP-. É certo que ela ressaltou que para participar do combate ao aquecimento global, a indústria internacional do carvão precisa mudar, fechar usinas antigas, capturar e estocar geologicamente o CO2 produzido nas novas usinas, e deixar a maioria do carvão no subsolo. Não foi de todo um discurso ruim, mas certamente foi feito no momento e no local errados. O ostensivo apoio do governo polonês ao lobby do carvão comprometeu a declarada boa intenção de Christiana, que explicou na semana passada a jovens ativistas e grupos ambientalistas “não ser suficiente falar somente com os já comprometidos (com causas ambientalistas)”. A cúpula do carvão cumpriu seu papel, ou seja, o de configura-se como uma iniciativa de lobby e de relações públicas para melhorar a imagem do setor com números, estatísticas e promessas.
O lobby da indústria do carvão é a parte agora visível de um enorme iceberg que fez seu primeiro grande buraco no casco das negociações climáticas em 2009. De lá para cá, várias outras colisões tem feito com que percamos mais tempo tirando a água que entra no barco, ao invés de navegar. O rombo deste ano foi acentuado pelo fato de que o capitão do navio fez uma manobra para ir de encontro ao iceberg. Pois nunca antes na história das Conferências Climáticas da ONU houve tanta desfaçatez sobre as segundas intenções ou os relacionamentos questionáveis. O Vitae Civilis acompanha as COPs desde sua segunda edição e nunca havia presenciado um lobby tão ostensivo. Não se trata apenas dos vexatórios patrocínios de grandes emissores de gases causadores do efeito estufa. Ou do polêmico encontro mundial da indústria do carvão. Mas da própria condução dos trabalhos pela presidência do evento, que optou por mitigar ambições ao invés de emissões.
A segunda semana da COP inicia-se com poucos avanços, salvo pelo desânimo que avança cada vez mais generalizado. O ponto alto desta segunda foi a divulgação do rascunho de texto para o ADP –sigla para Plataforma Durban de Ação Fortalecida, que é o trilho de negociações para o acordo global que deve ser concluído em 2015. Apesar de alguns pontos positivos, como a formalização do apelo para níveis mais elevados nas metas de redução nas emissões dos gases causadores do efeito estufa, o texto é vago demais para o atual estágio das negociações – a ponto de sequer incluir uma data-limite para apresentação de tais metas. A falta de uma agenda de trabalho clara até 2015 é fatal para um processo que está praticamente desperdiçando esta COP. O período anterior a 2020, quando o novo acordo climático deve entrar em vigor, também carece de ênfase na dramática necessidade de cortarmos muito mais as emissões para que seja possível manter a temperatura do planeta em níveis considerados aceitáveis. A chamada Proposta Brasileira, que pedia a contabilização das emissões históricas nas metas e compromissos do novo acordo climático, ficou de fora também do ADP, depois de ter sido preterida no SBSTA- Corpo Subsidiário de Assessoria Científica e Tecnológicas.
Mais uma vez, parece que muito vai ficar para o próximo ano, para as próximas negociações, para a próxima COP. E de ano em ano, completaremos duas décadas de negociações em 2014. Muitos dos jovens que se mobilizam nos corredores do Estádio Nacional, onde acontece a Conferência, ou nas ruas de Varsóvia, nasceram depois de elas terem sido iniciadas – a primeira COP- foi realizada em 1995, em Berlim. Eles tem pressa, e não é por acaso: enquanto os homens argumentam, a natureza age, como diria Voltaire. A mudança do clima não é uma teoria ou algo que acontecerá no futuro – ela é real e já está acontecendo. Os jovens nos corredores da COP- e nas ruas de Varsóvia sabem disso e cada vez mais elevam suas vozes diante de Christiana Figueres, diante da indústria do carvão e diante de toda uma geração que está perdendo a chance de fazer a diferença em favor do futuro.
* Délcio Rodrigues é especialista em mudanças climáticas e Silvia Dias, membro do Conselho Deliberativo do Vitae Civilis
Fonte: Mercado Ético
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