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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Justiça russa liberta brasileira ativista do Greenpeace sob fiança

A justiça russa libertou nesta terça-feira sob fiança a bióloga brasileira Ana Paula Maciel e seis outros militantes do Greenpeace detidos durante uma ação da organização de defesa do meio ambiente no Ártico, elevando a dez o número de ativistas libertados.


Além da brasileira, o holandês David John Haussmann, o argentino Miguel Hernan Perz Orzi, o polonês Tomasz Dziemianczuk, o italiano Cristian s’Alessandro, a argentina Camila Speziale e o canadense Paul Ruzychi, detidos em setembro com 26 outros tripulantes do navio Artic Sunrise, serão libertados após o pagamento da fiança.

Em contrapartida, o australiano Colin Russel teve na segunda-feira a sua detenção prorrogada até 24 de fevereiro, no primeiro dia de audiências em São Petersburgo, para onde os 30 ativistas foram recentemente transferidos após permanecerem presos em Murmansk, porto russo do mar de Barents.

A ONG publicou uma foto da bióloga sorrindo no momento do anúncio da decisão. Outra foto também mostra Tomasz Dziemianczuk sorrindo atrás das grades.

“É a melhor notícia que recebi em dois anos, mas a justiça só será feita quando todas as acusações absurdas forem retiradas”, reagiu Rosangela Maciel, a mãe de Ana Paula, de 31 anos, em um comunicado divulgado pelo Greenpeace.

Na segunda-feira, a Rússia libertou três russos após o pagamento de fiança de dois milhões de rublos (45.000 euros, quase 140.000 reais): o porta-voz Andrei Allakhverdov, a médica Ekaterina Zaspa e o fotógrafo independente Denis Siniakov.

A ONG já arrecadou o valor necessário para a libertação dos quatro ativistas e vai depositar a fiança nas próximas horas.

Segundo o advogado do fotógrafo Denis Siniakov, entrevistado pela rádio Echo de Moscou, os ativistas cuja audiência foi realizada segunda-feira poderão ser libertados ainda nesta terça.

“A libertação sob fiança de quatro membros da tripulação é, sem dúvida, uma boa notícia”, comemorou o Greenpeace em um comunicado.

“Mas não podemos esquecer que as acusações não foram retiradas e que eles ainda correm o risco de serem condenados à prisão”, ressaltou Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace.

“Não temos ideia das condições nas quais vão viver nossos amigos quando forem libertados, se eles permanecerão em prisão domiciliar ou se terão o direito de sair”, indicou.

Naidoo acrescentou que a ONG está com o “coração partido” pelo ativista australiano cuja detenção foi prorrogada.

Vários tribunais de São Petersburgo iniciaram na segunda-feira a análise da detenção provisória dos 30 tripulantes que expira em 24 de novembro.

Na sexta-feira, o Greenpeace anunciou que a Comissão de Investigação, principal órgão responsável pelas investigações criminais na Rússia, desejava manter os ativistas presos por mais três meses, para “concluir a investigação”.

Os 30 membros da tripulação do Arctic Sunrise foram detidos no dia 19 de setembro pelas autoridades russas quando tentavam escalar uma plataforma de petróleo no mar de Barents para denunciar os riscos ambientais.

Eles devem responder às acusações de pirataria e de vandalismo, pelas quais podem ser condenados, respectivamente, a 15 e sete anos de prisão.

A detenção da tripulação do Arctic Sunrise causou um alvoroço na sociedade civil internacional.

Celebridades como Madonna e Paul McCartney pediram a libertação dos ativistas e as ações de protesto têm aumentado em todo o mundo a cada dia.

Sábado, militantes do Greenpeace protestaram em várias cidades, de Londres a Nova Délhi, para exigir a libertação dos ambientalistas.

O Tribunal Internacional do Direito Marítimo, com sede em Hamburgo, na Alemanha, vai proferir a sua decisão sobre o caso em 22 de novembro. Essa jurisdição da ONU, competente para resolver disputas marítimas, foi acionada pela Holanda.

A Rússia decidiu ignorar esse procedimento.

Fonte: Terra

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