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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Hong Kong lança milionário plano contra a poluição, mas pede ajuda à China

Hong Kong investirá US$ 1,5 bilhão na luta contra a poluição, um problema que, a própria cidade reconhece, não pode ser trabalhado sozinho e precisa do apoio do resto da China, também muito afetada pela degradação ambiental da atmosfera.


A subsecretária do Meio Ambiente da ex-colônia britânica, Christina Loh, explicou nesta semana em entrevista coletiva o ambicioso plano de seu governo, semanas depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) assinalou em um estudo que a poluição do ar é um fator cancerígeno.

“Inclusive se Hong Kong parasse todas suas atividades atualmente, a cidade não cumpriria com os índices mínimos aceitáveis pela OMS de qualidade do ar”, reconheceu Loh.

A antiga colônia britânica compartilha o mesmo ar que o delta do rio Pérola, uma região na habitada por 50 milhões de pessoas e onde se concentra uma das maiores atividades industriais do mundo.

A qualidade do ar piorou desde 2007, e em outubro Hong Kong registrou o pior nível em seis meses, com indicadores que chegaram a alcançar uma leitura de 189 (índices acima de 100 desencadeiam automaticamente uma advertência do governo para as pessoas com doenças respiratórias).

Além disso, um estudo recente produzido pelo Greenpeace mostrou que a qualidade do ar em Hong Kong está relacionada à morte de 3.600 pessoas e quatro mil casos de asma infantil em 2011.

Um novo estudo realizado pela Universidade Politécnica de Hong Kong divulgado recentemente ressalta a correlação entre doenças pulmonares nas crianças e a poluição do tráfego urbano.

O trabalho mostra que os pulmões das crianças expostas a níveis de poluição mais elevados não funcionam tão bem como os expostos a níveis mais baixos.

A poluição meio ambiental foi responsável por mais de 1.600 mortes prematuras na primeira metade do ano, segundo um estudo realizado pela organização Rede de Ar Limpo.

No que compete a Hong Kong, Loh se referiu ao tráfego urbano como a principal fonte de poluição ambiental, causada em parte pelo envelhecimento da frota de ônibus e caminhões que circulam pela cidade.

O governo local espera investir US$ 1,5 bilhão para resolver este problema, que minguou a imagem mundial da ex-colônia como destino para viver.

Entre as medidas do bilionário programa estão a substituição de 20% dos veículos comerciais mais poluentes, aqueles mais velhos que funcionam com motores a diesel (estimado em cerca de 80 mil veículos).

Além disso, os cerca de 20 mil táxis locais deverão se submeter a revisões periódicas para cumprir com as novas normas, que em seu caso incluem a limpeza de catalisadores para diminuir a emissão de nitrogênio no ar.

Os táxis, que empregam gás propano como combustível, vão ser controlados a partir de abril de 2014 por sensores com o objetivo de cumprir a nova legislação, e aqueles que descumprirem a norma poderão ser punidos com a suspensão do registro de matrícula do veículo.

Segundo a subsecretária do Meio Ambiente, o uso do gás como combustível nestes veículos ajudou a reduzir a emissão de poluentes em 80%, exceto o de dióxido de nitrogênio, que veio aumentado de maneira constante.

Hong Kong também está tentando promulgar uma legislação para limpar suas águas, reforçando as leis para que os veículos marítimos de maior carga que desejem atracar no porto da cidade devam empregar combustível mais limpo em um prazo de dois anos.

E a cidade contará com um novo indicador de poluição ambiental a partir de janeiro, anunciou Loh, que se aproximará mais dos padrões empregados pela OMS e pelos países da União Europeia.

Em matéria energética, Loh explicou que “não há planos para reduzir o consumo de energia nuclear em Hong Kong”. A cidade acaba de renovar um contrato de provisão de energia nuclear com uma usina chinesa localizada na vizinha cidade de Shenzhen para os próximos 20 anos.

Cerca de 23% da energia consumida por Hong Kong é nuclear, outros 23% do carvão e o resto de usinas de gás.

Loh também disse que há planos para atacar a excessiva produção de resíduos, principalmente de comida, que gera 3.600 toneladas diárias.

O objetivo do governo é reduzir esta quantidade em 40% para 2022, após a confirmação de que os lixões da cidade irão saturar a partir de 2020. 

Fonte: Terra

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