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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Para frear degelo, Banco Mundial pede redução de emissões

A redução dos gases metano e carbono negro nas próximos duas décadas pode desacelerar o derretimento do gelo permanente que existe no planeta (criosfera), que vem ocorrendo por conta do aquecimento global, de acordo com relatório do Banco Mundial lançado nesta segunda-feira (3). O carbono negro é resultante da combustão incompleta de combustíveis fósseis e biomassa e é encontrado na fuligem.


Segundo o documento, se até 2030 forem adotadas estratégias de mitigação dos chamados poluentes climáticos de vida curta (SLCPs na sigla em inglês), também haveria benefícios para a saúde humana, a colheita de alimentos e os ecossistemas. O Banco Mundial estabelece 14 metas que ajudariam a atingir estes benefícios.

As metas propostas visam a redução de três tipos de fontes de emissão: o uso de fogões a lenha, o desmatamento e a queima de diesel. O estudo afirma que a substituição de fogões que queimam madeira ou carvão pelos abastecidos a gás ajudaria a conservar as regiões analisadas e poderia salvar cerca de 230 mil vidas por ano.

Quanto ao desmatamento e queima de florestas, uma redução de 50% poderia evitar a morte de 190 mil pessoas por doenças relacionadas à poluição atmosférica. O estudo aponta que em algumas regiões seria possível redução de mais de 90%.

Em relação ao uso de diesel como combustível para transporte e equipamentos, as metas propostas pelo relatório poderiam resultar em mais de 16 mil toneladas de produção de alimentos básicos, como arroz, soja e trigo, principalmente no sudeste asiático.

A criosfera e o clima global também seriam beneficiados. No Ártico, as metas poderiam ajudar a reduzir o aquecimento em mais de 1ºC até 2050. Isso significaria a redução de mais de 40% na perda de gelo marinho durante o verão e de 25% da perda de neve na primavera.

A diminuição de temperatura também aconteceria no Himalaia e nas regiões de solo do tipo permafrost da Sibéria, América do Norte e do Tibet. Nas regiões polares, a redução de temperatura poderiam diminuir o risco de perda de cobertura de gelo no oeste da Antártica e da Groenlândia. Além disso, a taxa de aumento do nível do mar poderia ser estagnada antes do final deste século, aponta o documento.

A diminuição de metano e carbono negro ainda ajudariam a diminuir interrupções nos ciclos de água, como as previstas de acontecer no rio Amazonas, e o risco de rompimento nos padrões de precipitação no sul da Ásia, na região do Sahel (África Central) e em áreas onde ocorrem tempestades de invernos, como no Mediterrâneo.

Na África Oriental, a redução dos poluentes de vida curta dificilmente preservariam as geleiras da região, devido à sua pequena dimensão. Mas a redução do carbono negro traria benefícios para a saúde da população e para manter os níveis históricos de precipitação.

O aquecimento da criosfera causa derretimento de gelo do mar e libera o estoque de carbono do solo permafrost. Segundo o relatório, se o aquecimento não for freado até o final do século, esta liberação poeria contribuir com acréscimo de 5 a 30% de carbono na atmosfera, o que exigiria metas mais ambiciosas de redução das emissões de dióxido de carbono do que é recomendado atualmente. 

Fonte: G1

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