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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Rendimento médio da população brasileira segundo grupos de idade e cor/raça em 2010, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

A renda das pessoas variam conforme a idade, o grau de escolaridade, o local do domicílio, a cor/raça, o sexo, etc. O censo demográfico de 2010, do IBGE, é a pesquisa mais ampla sobre a características sóciodemográficas da população brasileira e fornece inúmeras informações valiosas.


O salário mínimo estava fixado em R$ 510,00 (quinhentos e dez reais) em 2010. O rendimento médio da população brasileira foi de R$ 1.344,70, segundo o censo 2010. Portanto, cada pessoa ocupada ganhava em média 2,6 salários mínimos. Mas este valor médio varia muito segundo a idade e a cor/raça.

Como regra geral, os rendimentos crescem com a idade. Desta forma, podemos notar que as pessoas ocupadas de 10 a 14 anos, em 2010, tinham o menor rendimento, de apenas R$ 345,50. Em seguida vinham as pessoas de 15-19 anos com praticamente um sálario mínimo de rendimento (R$ 511,46), depois as pessoas de 20-24 anos com 782,03 até as pessoas com 60 anos e mais que tinham rendimento médio de cerca de R$ 1.900,00 (pouco menos de 4 salários mínimos).

Em termos de raça/cor, as pessoas que se autodeclaram amarelas tinham, em 2010, um rendimento médio de R$ 1.850,09, variando de R$ 327,21 entre o grupo etário de 10-14 anos até R$ 3.353,84 no grupo 60-69 anos. As pessoas que se autodeclaram brancas tinham um rendimento médio de R$ 1.705,84, variando de R$ 428,73 no grupo 10-14 anos a R$ 2.475 entre as pessoas com mais de 70 anos. As pessoas que se autodeclaram pardas tinham, em 2010, um rendimento médio de R$ 954,87, variando de R$ 306,07 no grupo 10-14 anos a R$ 1.199,84 no grupo 55-59 anos. As pessoas que se autodeclaram pretas tinham um rendimento médio de R$ 923,26, variando de R$ 305,99 no grupo 10-14 anos a R$ 1.129,98 no grupo 50-54 anos. As pessoas que se autodeclaram indígenastinham um rendimento médio de R$ 860,97, variando de R$ 294,58 no grupo 10-14 anos a R$ 1.144,05 no grupo 50-54 anos.

Nota-se, portanto, que a população amarela (especialmente descendentes de japoneses) possuem os maiores rendimentos, enquanto a população indígena possui os menores ganhos de renda. A população negra (preta + parda) tinha rendimento pouco acima da metade do rendimento da população branca.

Estas diferenças de rendimento refletem outras diferenças sociais em termos de educação, saúde, local de residência, posição na ocupação, etc. O Brasil é classificado como um dos país com maiores desigualdes de renda do mundo. Para superar esta mazela econômica é preciso enfrentar as causas sociais da desigualdade e garantir a igualdade de oportunidade para que o rendimento reflita o esforço das pessoas e não a segregação e a discriminação contra alguns grupos étnicos.

Referência sobre raça/cor:
ALVES, JED. A definição de cor/“raça” do IBGE. EcoDebate, Rio de Janeiro, 28/06/2010
http://www.ecodebate.com.br/2010/06/28/a-definicao-de-corraca-do-ibge-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

Fonte: EcoDebate

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